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Exportações em fevereiro totalizaram 46 mil toneladas

Preços baixos no mercado interno e externo não remuneram o suinocultor e a indústria.

Redação (12/03/2009)- As exportações de carne suína, em fevereiro, surpreenderam de maneira positiva. O Brasil embarcou 46 mil toneladas, um aumento de 16,74% em relação a igual período de 2008. A Rússia, principal cliente, foi responsável pelo bom resultado das vendas externas. O mercado russo comprou 24.65 mil t, um crescimento de 68,94%, comparado com fevereiro de 2008. A Rússia recompôs os seus estoques baixos, resultantes de drástica redução das importações em novembro e dezembro.

“O lado negativo são os baixos preços do mercado externo e interno, que não têm remunerado o suinocultor e a indústria”, diz Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (ABIPECS).

O preço médio no mercado externo, nos dois primeiros meses deste ano, caiu 13,78% em relação a igual período de 2008.

Em janeiro e fevereiro, o Brasil exportou 83.79 mil toneladas de carne suína, o que significou um aumento de 22,54%, em comparação com janeiro/fevereiro de 2008.

Os principais destinos da carne suína brasileira foram Rússia, Hong Kong, Angola, Argentina e Cingapura. Para a Rússia, o Brasil vendeu 39,35 mil toneladas nos dois primeiros meses do ano, um crescimento de 66,38% em relação a igual período de 2008. Para Hong Kong, as vendas em janeiro e fevereiro foram de 21,11 mil toneladas, uma elevação de 15,72% em relação a janeiro/fevereiro de 2008. Para a Ucrânia, que aparecia no ano passado entre os primeiros compradores, as vendas brasileiras de carne suína despencaram: de 2 mil toneladas em fevereiro de 2008 para 458 t em fevereiro deste ano, uma queda de 78,16%. (veja as estatísticas em anexo)

“A crise global continua afetando fortemente a oferta de crédito no Brasil. As empresas estão enfrentando dificuldades para contratar recursos, seja para o financiamento de operações de exportação ou para financiar a produção em toda a cadeia produtiva, que vai dos leitões, dos insumos, da ração e da industrialização até os estoques. As medidas anunciadas pelo governo não conseguiram, até agora, chegar ao campo e reverter o quadro”, afirma Camargo Neto.   

“Infelizmente, as exportações continuam concentradas nos mesmos poucos países, não tendo ocorrido nenhuma nova abertura de mercado”, ressalta.

“A missão do Ministério da Agricultura, realizada em fevereiro para a África do Sul, não obteve resultados concretos, postergando-se mais uma vez a abertura desse importante mercado, inexplicavelmente fechado desde o foco de febre aftosa em bovinos em Eldorado (MS)”.

Missão veterinária das Filipinas visitou as regiões produtoras, porém não liberou ainda o resultado.

A delegação de autoridades brasileiras do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e do Ministério da Agricultura (MAPA), que viajou a Moscou em fevereiro, visando negociar alterações ao sistema de tarifas e cotas, também não obteve resultado.

“A ABIPECS rechaça notícias veiculadas na imprensa de que a participação do setor privado poderia ser responsável pelo lamentável incidente que discriminou as exportações brasileiras. A ABIPECS se posicionou claramente junto ao MRE, inúmeras vezes, em reuniões e correspondências, desde o mês de setembro, sobre a necessidade de uma ação enérgica”, diz Pedro de Camargo Neto.   

Quanto ao cumprimento de exigências burocráticas por parte do MAPA, a ABIPECS segue insistindo na necessidade de maior agilidade. Os trabalhos burocráticos para a abertura do mercado da China continuam. A ABIPECS espera que o mercado chinês esteja aberto por ocasião da visita do presidente Lula a Pequim, em maio próximo.