Redação (9/4/2009) – Apontado como o principal responsável pelo prejuízo histórico registrado pela Sadia com os chamados derivativos tóxicos, Adriano Lima Ferreira, ex-diretor financeiro da empresa, rechaça a versão de que teria realizado as operações sem o consentimento do conselho da companhia. Ele relata que, ao verificar o desenquadramento dos limites de exposição a derivativos cambiais, após a disparada do dólar, levou pessoalmente a informação ao então presidente do conselho de administração da empresa, Walter Fontana Filho. “Pelo modo que foi informado, parece que foi o conselho que descobriu um rombo de um maluco de uma área maluca”, defende-se Adriano, que decidiu romper o silêncio depois de mais de seis meses, após a decisão dos acionistas da companhia de processá-lo pelas perdas.
As operações com derivativos, diz, não apenas eram de conhecimento dos integrantes do conselho, como nunca foram questionadas nas reuniões mensais que mantinha com o colegiado. “Pelo contrário, eram só aplausos.” Ele conta que as apresentações detalhavam os resultados da política de riscos e da exposição cambial. “Agora, será que de fato eles realmente entendiam quando eu explicava? Quando começo a olhar o que aconteceu eu passo a ter minhas dúvidas”, afirma.