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Agroindústrias

Assinatura de Sadia e Perdigão emperra na revisão de contratos

Assinatura de Sadia e Perdigão está sendo adiada enquanto alguns contratos estão sendo revistos.

Problemas surgidos na revisão dos contratos, na noite da última quinta-feira, estão retardando a assinatura do acordo que criará a Brasil Foods, resultado da união de Sadia e Perdigão.

No entanto, conforme apurou Valor, a questão não afetou o empenho das empresas na concretização do negócio. Foi encontrado um equívoco de avaliação que afetaria a relação de troca estabelecida para operação. A distorção teria que ser corrigida para serem mantidas as condições acertadas. Trabalham na operação o Pactual, pela Perdigão, e o Bradesco Banco de Investimentos (BBI), pela Sadia.

Na versão final dos documentos, as famílias deverão ficar com cerca de 11,5% do capital total e votante da companhia resultante da incorporação da Sadia pela Perdigão. Na prática, isso equivale a dizer que cerca de 33% da empresa final será formada pela atual base de acionistas da Sadia.

Para ter fatia relevante no que será a Brasil Foods, as famílias donas da Sadia, Fontana e Furlan, tiveram de se organizar. O acordo de acionistas da Sadia reúne pouco mais de 57% das ações ordinárias, embora a fatia total em poder da família some 77,5%. Foi necessário unir todos os sócios e eleger um representante para os futuros diálogos com os demais acionistas.

A assinatura do acordo pode ocorrer a qualquer momento. Estão avançados os trabalhos sobre a comunicação do negócio. Para o público consumidor, a portadora da notícia será a atriz Marieta Severo.

Porém, a versão final da estrutura da Brasil Foods passa pela definição do tamanho da emissão de ações para capitalizar o negócio. O valor pode variar conforme as condições de mercado e o apetite dos bancos para renegociarem o prazo das dívidas atuais. Além disso, é preciso ver se os principais sócios entrarão com dinheiro para manterem suas fatias. Há dúvidas se as famílias Fontana e Furlan acompanhariam a chamada de capital.

Em meio às negociações com a Perdigão, a Sadia encerrou o terceiro turno da unidade de abate de aves de Toledo (PR). A decisão elevou o número de dispensas de empregados da empresa no município. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Alimentação local, de dezembro até agora foram demitidas cerca de 900 pessoas, 350 só em maio.

Em nota, a Sadia informou que “em função da necessidade de adequar seu nível de produção ao cenário econômico mundial, decidiu desativar o terceiro turno de aves naquela unidade, de modo a otimizar a produtividade dos outros turnos existentes”. A companhia não confirma o número de demissões e diz que “optou por não substituir funcionários que se desligaram da unidade recentemente, além de transferir os colaboradores do terceiro turno para os outros turnos em operação”.

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação, Siderlei Oliveira, disse não temer novas demissões após a união com a Perdigão. “Não vejo que a fusão pode criar desemprego na área avícola, que ainda precisa ser ampliada.”