Redação (14/01/2009)- A alta do dólar elevou o investimento necessário das indústrias alimentícias Sadia, em Vitória de Santo Antão, e Perdigão em Bom Conselho. Pelos números originais, as fábricas custariam R$ 250 milhões e R$ 280 milhões, respectivamente. De acordo com o Banco do Nordeste (BNB), a Sadia prevê agora um aporte de quase R$ 400 milhões e a Perdigão, em torno de R$ 380 milhões.
O BNB assinou, ontem, um contrato de antecipação de recursos para as obras da Sadia, da ordem de R$ 50 milhões, que será amortizado de outro empréstimo, principal, de R$ 281 milhões, conta o superintendente do banco em Pernambuco, Sérgio Maia.
A Perdigão também tomará um crédito com a instituição financeira, no valor de R$ 268 milhões.
Até o novo crédito do BNB, a Sadia vinha tocando as obras de sua nova unidade com recursos próprios – ela pretende inaugurar sua unidade até março.
"Fazemos esse tipo de empréstimo (antecipação de recursos para a Sadia) quando já temos um estudo da capacidade de pagamento da empresa, o enquadramento do projeto. É quando a operação já está em fase final de aprovação pelo banco", detalha Sérgio Maia.
No caso da Perdigão, que previa inaugurar sua unidade ainda no primeiro semestre deste ano e já dá sinais de que vai adiar o prazo, o executivo do BNB contou que o projeto era lastreado na Batávia, ex-subsidiária incorporada pelo grupo. "O projeto já está aprovado. Mas estava tudo em nome da Batávia. Agora é uma questão apenas cadastral", resume.
Sérgio explica que, quando as empresas estavam fechando os empréstimos com o banco, o dólar chegou a patamares elevados, acima de R$ 2,30. As empresas, então, voltaram a negociar com fornecedores e, quando o câmbio ficou mais favorável, fecharam as cartas-consulta encaminhadas ao BNB, já com os novos valores.
O BNB também financiará o polo têxtil, com fábricas reunidas agora sob uma única empresa, a PetroquímicaSuape. Mas, a pedido da Petroquisa, hoje única acionista do projeto, o crédito de R$ 240 do banco à fábrica de filamentos têxteis (POY) vai aguardar uma nova composição acionária. Por enquanto, só um empréstimo-ponte, de R$ 50 milhões, foi liberado para a unidade de POY.