O governo federal descartou definitivamente a liberação de novo socorro a produtores familiares que tiveram prejuízos com a última seca no RS. Apesar da injeção de R$ 194 milhões que permitiu pagar o bônus de R$ 2 mil a 96,5 mil pequenos agricultores gaúchos ainda restariam 20 mil à espera do benefício com propostas num total de R$ 40 milhões no Banco do Brasil. O presidente da Fetag, Elton Weber, pede medida compensatória, como a liberação dos R$ 2 mil por meio do Pronaf, mas com prazo e juro diferenciados. Segundo Weber, a definição do MDA pode sair nesta semana.
Em novembro, protestos foram feitos para liberação adicional de recursos aos R$ 160 milhões já destinados. Os líderes conseguiram R$ 34 milhões remanejados de outros estados, mas como a demanda era grande houve carimbo de verbas em Brasília. Isso significa que o dinheiro não foi direcionado pela demanda global junto aos bancos, mas priorizado por entidade. A partilha entre seis representações gerou indignação. As duas maiores federações reclamaram não terem sido chamadas. O tesoureiro da Fetag, Amauri Miotto, argumenta que a divisão deveria ter respeitado a proporcionalidade de agricultores com pedidos nos bancos. Na época, a Fetag, que detém 60% da operações, recebeu 45% dos R$ 34 milhões remanejados. No caso da Fetraf, a demanda foi praticamente toda atendida com R$ 5 milhões. Apesar de ser contrário ao carimbo, o coordenador Altemir Tortelli diz que esse procedimento muitos vezes é adotado pelo governo porque nem todas as regiões têm representações diversas. A Secretaria de Agricultura Familiar do MDA não se manifestou.
Os recursos do crédito emergencial têm sido motivo de polêmica. Em outubro, vazaram denúncias de irregularidades na concessão do benefício em 18 municípios, mas a investigação acabou restrita a um pente fino nos agentes credenciados.