O êxodo rural – habitantes que se transferem de áreas rurais para centros urbanos – fez com que a tradicional criação de galinhas e árvores frutíferas fosse desaparecendo ao longo dos anos. Na rua João Pinheiro, no bairro Fabrício (Uberaba-MG), uma senhora aposentada de 87 anos mantém vivos os tradicionais costumes. Há 42 anos morando na mesma casa, dona Oswalda Rezende cria as aves que a auxiliam na produção de ovos caipiras.
As 18 galinhas que estão atualmente no terreno de mais de 900 m² de sua casa trazem renda alternativa para dona Oswalda, que mora com o marido, Marcos de Araújo. “A galinha bota ovo por 12 dias e depois fica 45 sem botar. Eu retiro cerca de seis ovos por dia. Estes vão para a mercearia do Marcos para serem vendidos”, revela Oswalda, que também é costureira.
As aves, que já somaram mais de 70, tiveram que ser retiradas em boa parte do quintal, pois vizinhos implicaram. “Eles não gostavam das galinhas. Reclamavam muito. Tivemos que tirá-las daqui”, afirma a aposentada, que já criou porcos no local.
O tradicional frango caipira é alimento no cardápio da família. “Comemos todos os frangos. Muitas vezes levamos para alguém abatê-los”, relata dona Oswalda, que também cria diversas espécies de gatos.
Além da criação de aves, a tradicional plantação de árvores frutíferas é mantida no quintal do casal de senhores. “São mais de dez árvores. Tem vários tipos de frutas aqui. Goiabeira, jabuticabeira, mangueira, entre outras”, diz a aposentada.
Os frutos também se tornam alimentos para os dois. “Fazemos doces com as frutas e ficam muito bons. É tudo natural”, garante a senhora, que também cultiva diversas flores no local.