Cento e quatro municípios do Rio Grande do Sul já decretaram situação de emergência por causa dos temporais das últimas semanas. Este ano, a força da chuva está assustando quem vive no campo. Em Tenente Portela, no noroeste gaúcho, a localidade de São Pedro foi a mais prejudicada. A dona Mariza Fries deve gastar R$ 50 mil para reconstruir o galpão de fumo que caiu por causa do vendaval. “Este galpão foi todo e a parte do outro que tem que reformar todo ele”, falou.
Houve prejuízos também nas lavouras. O vento não poupou parte da plantação de milho e deixou um rastro de destruição. Em uma das propriedades da região os pés ficaram totalmente caídos e abriu uma clareira. Mas a 20 metros do lugar, alguns pés estão intactos nem as casas foram danificadas. Algumas localidades de Tenente Portela e Vista Gaúcha continuam sem energia elétrica, causando mais prejuízos. Sem ter como ligar o resfriador, desde segunda-feira o agricultor Saulo Caetano de Souza perde 600 litros de leite por dia. “Chegou a acidez e não tem o que fazer”, lamentou.
Estragos também na criação de suínos. O prejuízo de seu Cláudio Esparrenberger só não foi maior por que na hora do temporal não havia animais dentro do “chiqueirão”. O mês de novembro foi de muitos prejuízos para os agricultores gaúchos por causa do excesso de chuva e dos vendavais. “Isso foi resultado da situação do fenômeno climático El Niño, que é o aquecimento das águas do oceano pacífico. Deixa mais disponível na atmosfera uma quantidade maior de umidade. Isso alimenta mais as nuvens, as frentes frias e tem esse efeito de aumentar a chuva no Rio Grande do Sul”, explicou Estael Sias, meteorologista.