Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Mercado interno

O Sebrae e o PNDS

<p>Em entrevista, o coordenador de Agronegócios do Sebrae Nacional fala sobre o papel da entidade dentro do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) e da parceria com a ABCS.</p>

O Sebrae tem um papel fundamental dentro do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS). Além da metodologia de trabalho e do apoio, a entidade será responsável pelo repasse de metade dos R$ 9 milhões que serão investidos nos próximos três anos para a execução das ações do projeto. O restante será contrapartida do sistema capitaneado pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) e parceiros institucionais. O PNDS ainda tem a Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA) como parceira.

O objetivo final do projeto é aumentar em dois quilos o consumo per capita da carne suína no Brasil, com foco no produto in natura. Nos próximos três anos a cadeia produtiva de suínos do Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina receberão investimentos que poderão ser aplicados na produção, industrialização ou comercialização da carne suína, conforme a demanda de cada Estado e as diretrizes do projeto.

Para conhecer melhor o papel do Sebrae dentro do PNDS, o site Suinocultura Industrial conversou com João Fernando Nunes de Almeida, da Unidade de Atendimento Coletivo Agronegócios e Territórios Específicos do Sebrae Nacional. Almeida é o representante da entidade dentro do PNDS. Nesta entrevista, ele fala do apoio, das expectativas e do trabalho a ser desenvolvido pelo projeto. Confira a seguir.

Suinocultura IndustrialComo e quando o Sebrae resolveu apoiar o PNDS?

João Fernando Nunes de Almeida – Eu trabalho na coordenação das carteiras de projetos da unidade de agronegócios do Sebrae nacional. Dentro destas carteiras existe a de carnes, que entra suinocultura, avicultura, bovinocultura e uma parte de animais silvestres e exóticos. Em suínos, alguns Estados já vinham trabalhando. É o caso do Sebrae Minas Gerais, que desenvolvia um trabalho em três regiões do Estado. Depois surgiu no Rio Grande do Sul e no próprio Distrito Federal, no qual o Sebrae/DF tinha feito uma parceria com a ABCS. Até então um projeto bem pontual, que tinha como ação a campanha “Um Novo Olhar sobre a Carne Suína”. Foi daí que a ABCS começou a vislumbrar que deveria estender mais suas ações. Iniciamos então um trabalho com os Sebrae’s de alguns Estados e a ABCS começou a elaborar este projeto. A princípio ele era ainda maior, mas por uma questão de orçamento e alguns outros pontos resolvemos fecha-lo em como está hoje.

SIE houve um interesse imediato dos Estados?

Almeida – Para que tivesse um caráter de projeto nacional, precisávamos de pelo menos cinco Estados envolvidos. Foi quando começamos a debater esta e outras questões com a ABCS. O projeto foi ajustado e durante um seminário nosso, que teve a participação do Rubens Valentini, que na época era o presidente da ABCS, mais dois Estados acharam a ideia interessante e quiseram conhecer melhor o projeto. Ainda estávamos construindo a proposta com os cinco Estados e como mais dois resolveram participar, que foram Santa Catarina e Goiás, rearranjamos o projeto, que ficou com a participação do Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais. Então o projeto foi aprovado pelo Sebrae nacional.

SIHoje, quais os próximos passos em relação ao projeto?

Almeida – É estarmos nos reunindo com os sete Estados para montarmos um plano de trabalho. Cada Estado tem uma especificidade característica e conhece o foco maior no qual precisa atuar. O projeto vai trabalhar dentro da cadeia produtiva, na parte de produção, industrialização e comercialização. Mas também irá atuar no que eu considero como geração de inteligência competitiva. São informações para subsidiar a cadeia produtiva, a suinocultura de um modo geral. Pesquisas, análises… Agora, precisamos sentar com os gestores do Sebrae nos Estados, com os parceiros da suinocultura, associações estaduais, representantes da federação de agricultura para traçarmos este plano de trabalho e começarmos de fato a execução das ações.

SIO Sebrae já tem uma metodologia formada para projetos como este?

Almeida – Nós trabalhamos dentro de uma metodologia adotada pelo Sebrae em inúmeros projetos, chamado Geor, que é Gestão Estratégica Orientada para Resultados. É uma metodologia que sai daquela questão só do esforço… Ela foca em resultados realmente exequíveis para nosso público-alvo, seja aumento de renda, de posto de trabalho e por aí vai.

SIComo o Sebrae vai acompanhar a destinação de recursos ao longo destes três anos?

Almeida – O projeto tem um horizonte de planejamento e execução de três anos. No escopo do projeto já está previsto uma constituição de governança. R$ 9 milhões é um volume considerável de recursos. Então, se precisa de uma estrutura de governança que dê suporte para que de fato as ações sejam bem executadas. Dentro da governança do projeto há um conselho consultivo, montado pela ABCS, CNA e Sebrae Nacional. Também há um comitê executivo, que vai tomar conta da execução do projeto propriamente dito. Ele atua no controle, gerenciamento das atividades, elaboração de relatórios, prestação de contas, enfim, toda esta parte. Então, estamos amarrando bem esta questão para podermos realmente conseguir executar nossas ações dentro do projeto.

SIQual são suas expectativas em relação ao PNDS?

Almeida – A parte mais importante é começarmos a arregaçar as mangas e partirmos para campo e executarmos as ações para que este projeto se torne uma referência; para que findado estes três anos, outros Estados, que não disponham hoje de uma suinocultura tão tecnificada possam fazer um trabalho de reestruturação, de expansão, e consigam elevar o nível de sua produção. Já há o interesse de outros Estados no projeto. Por exemplo, tenho informações que a Bahia ficou sabendo do projeto e se interessou bastante. Só que neste momento ela não pode mais entrar, mas nada impede que ela elabore um projeto similar, com um escopo menor para ser executado no próprio Estado.

SIEntão se um Estado que não está entre os sete participantes do PNDS quiser, ele pode elaborar um projeto similar para seu Estado e apresenta-lo ao Sebrae?

Almeida – Tranquilamente. No caso da Bahia, eles já nos procuraram. A nossa gestora do Sebrae da Bahia já teve uma conversa com a associação de suinocultores do Estado e achou interessantíssimo o projeto. Agora, eles estão avaliando. Como lhe falei, a Bahia não está inserida no projeto nacional, mas fizer um projeto local, focado no Estado, eu acredito que tanto a ABCS quanto o Sebrae Nacional vão dar o seu apoio para implementar estas ações.