Sorriso, em Mato Grosso, foi o município brasileiro a registrar o maior valor da produção agrícola em 2008, conforme levantamento do IBGE divulgado na sexta-feira. No total, o valor da produção nacional alcançou o recorde histórico de R$ 148,4 bilhões, R$ 31,4 bilhões a mais que em 2007, resultado de uma colheita total, entre lavouras temporárias e perenes, de 145,4 milhões de toneladas, 9,1% maior e também recorde.
Maior produtora nacional de soja e milho, a cidade mato-grossense lidera o ranking do ano passado com R$ 1,48 bilhão, à frente da baiana São Desidério, que sofreu com o recuo de algodão e saiu do topo que ocupou no ano ano anterior. Em Sorriso, o crescimento do valor da produção foi de 63,4%; em São Desidério, foi de 29,5%, para R$ 1,31 bilhão. Sapezal, Campo Novo do Parecis e Nova Mutum, todas em Mato Grosso, completam a lista dos cinco maiores municípios em valor da produção agrícola no ano passado, segundo o IBGE.
Não por acaso a pesquisa confirmou a força das cidades mato-grossenses. Todas os municípios citados, além de muitos outros que estão mais abaixo no rol, são fortes produtoras de soja, carro-chefe do campo brasileiro. Em 2008, o grão respondeu por 26,1% do valor total apurado pelo IBGE, superando milho (14%), cana-de-açúcar (13,9%), feijão (4,8%), arroz (4,7%), mandioca (3,8%) e laranja (3,4%), sempre conforme o levantamento.
Maior Estado produtor de soja, Mato Grosso, de acordo com o IBGE, representou 10,8% do valor total produção agrícola nacional em 2008, ainda abaixo de Minas Gerais (11,1%), Rio Grande do Sul (12,2%), Paraná (14,8%) e São Paulo (15,6%), que tem na cana a locomotiva de seu agronegócio.
A cidade paulista melhor localizada no ranking municipal do IBGE é Itapeva, na 33ª posição com R$ 360,16 milhões e crescimento de 31,2% em relação a 2007. Mais abaixo na mesma lista estão Morro Agudo e Guaíra.
Em comunicado, o IBGE lembrou que os melhores resultados apurados decorreram, em boa medida, dos elevados preços de soja e milho nos mercados externo e doméstico no ano passado – sobretudo até setembro, quando houve o aprofundamento da crise financeira mundial.
E, além da soja, o instituto realçou os recordes nas produções nacionais de milho e cana, fundamentais para a alta do valor total.