O vice-presidente do Conselho de Administração do frigorífico Minerva, Antonio Vilela de Queiroz, disse ontem (05/10) que a empresa encara com tranquilidade os últimos movimentos de consolidação no setor, que nas últimas semanas assistiu a união das operações entre JBS Friboi e Bertin e o arrendamento de 11 unidades do Margen e Mercosul pela Marfrig.
Apesar da agressividade de seus concorrentes, Queiroz reforçou o perfil conservador do Minerva. “O Minerva é uma empresa que teve crescimento orgânico. E seguimos nosso plano com muita responsabilidade. Uma coisa é muito clara e objetiva para nós: temos de dar resposta aos investidores de forma sólida e simples”, disse Queiroz após participar de evento promovido pelo Greenpeace, em São Paulo, que marcou a assinatura de compromisso dos frigoríficos de não ter como fornecedores pecuaristas com atividade no bioma amazônico.
A iniciativa reuniu na mesma mesa líderes da pecuária nacional que nas últimas semanas avançaram no processo de consolidação. Apesar da recente agressividade, o sócio-diretor da JBS, Friboi, José Batista Júnior, indicou que o apetite por aquisições continua. Ao exaltar a ação conjunta dos frigoríficos, seja na iniciativa pelo desmatamento zero na Amazônia como no fortalecimento das empresas por meio da união de operações, o executivo foi questionado se o mercado poderia esperar, nesse contexto, novas associações. “Pode esperar muitas. Seja com quem for”, respondeu, negando conversas específicas com o próprio Minerva, conforme chegou a circular pelo mercado recentemente. “Primeiro temos que acabar essas que fizemos”, afirmou, referindo-se à compra da Pilgrims Pride nos Estados Unidos e a associação com o Bertin, no Brasil. “Estamos abertos, escutando, conversando de novo. O processo é permanente”, acrescentou.
Já o presidente da Marfrig Alimentos, Marcos Molina, alegou período de silêncio por conta da oferta de ações da companhia para não comentar possíveis movimentos futuros. Mas negou conversas para a aquisição da Doux Frangosul.