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Comércio Internacional

Acordo Brasil-México

<p>Países começam, em novembro, a discussão em torno de um acordo comercial. Setor privado brasileiro será consultado.</p>

México e Brasil começam, em novembro, a discutir o formato que terá o novo acordo comercial que os países deverão firmar, segundo orientação dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Felipe Calderón.

No fim de semana, uma missão do governo brasileiro, comandada pelo secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, e pelo diretor do Departamento de Aladi e Integração Regional do Itamaraty, Paulo França, reuniu-se com autoridades mexicanas para sondar a disposição para um acordo.

Com a receptividade dos mexicanos, pretendem fazer consultas com o setor privado brasileiro, para definir uma proposta de acordo ao México.

“Fomos muito bem recebidos, tivemos uma fase exploratória muito positiva”, definiu França, ao falar das conversas no México. “Em novembro, teremos uma ideia mais clara do escopo que terá o acordo com os mexicanos, quantos itens serão agregados, se irá além da liberalização comercial”, disse Barral. “Quero saber primeiro quais as demandas do setor privado brasileiro”, avisou. Nos próximos dias, o governo deverá convidar representantes do setor privado para discutir o futuro acordo.

Na conversa com os mexicanos, ficou claro que ainda há “sensibilidade” para a abertura do mercado a certos itens. França e Barral preferem não comentar sobre os setores onde os mexicanos veem dificuldades de liberalização, mas se sabe, por negociações anteriores, que uma das principais resistências ao acordo, no México, está na agricultura e na indústria de alimentos, e em setores como siderurgia. No Brasil, o setor petroquímico também resiste a um acordo mais amplo, e o Ministério do Desenvolvimento Agrário já anunciou, na Câmara de Comércio Exterior, que quer proteção para a agricultura familiar numa eventual abertura de mercado aos mexicanos.

Os exportadores brasileiros reunidos na Coalizão Empresarial, grupo comandado pelas maiores empresas do país, com ativa participação nas negociações internacionais, já obteve apoio da confederação de indústrias mexicana para iniciar negociações de ampliação do atual acordo de redução tarifária existente entre os dois países, hoje restrito a cerca de 7.800 produtos (um outro acordo, mais relevante, garante liberação e redução tarifária de automóveis, partes e peças). Os brasileiros, desde 2007, defendem uma proposta de acordo de livre comércio que estabeleceria três “cestas” de produtos, com cronogramas diferentes de eliminação de tarifas, e proteção para produtos “sensíveis”, a serem negociados entre os dois países.

Na segunda-feira, o governo deverá fazer uma reunião entre os ministérios interessados para estabelecer as consultas ao setor privado e unificar a linguagem oficial sobre as perspectivas de acordo com os mexicanos.

No fim de semana, Paulo França e Welber Barral chegaram a conversar com os mexicanos sobre detalhes dos acordos firmados pelo México com mais de 45 países, para conhecer melhor as implicações dos compromissos daquele país com seus parceiros comerciais e os precedentes para a futura negociação com o Brasil.

“No ano passado, chegamos a tentar iniciar negociações, mas não progrediram, agora a disposição do México mudou muito”, garante Barral, entusiasmado.