O dia cinzento desta quarta-feira (23/09) antecipava que as decisões apresentadas durante a assembleia agendada para as 11 horas entre os representantes do Frigorífico Frango Forte e seus credores seria tensa.
A reunião foi realizada no teatro do Seminário Santa Terezinha, em Tietê (SP), e contou com a presença de mais de 300 pessoas, entre funcionários e credores.
Durante a reunião, foi informado que a nova empresa de auditoria, a PricewaterhouseCoopers, ainda não tinha concluído os levantamentos das finanças da empresa. Para acalmar os ânimos dos participantes, houve a intervenção do administrador judicial da Frango Forte, Nelson Garey.
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“Sugeri uma nova data de assembleia, pois só então teremos pronto o plano apresentado pela nova empresa contratada”, comenta o administrador judicial.
A nova assembleia ficou agendada para o dia 4 de novembro. “Esta é a última tentativa. Na reunião de novembro saberemos o destino da Frango Forte: falência ou plano de recuperação da empresa”, diz Garey.
O administrador judicial também passou parte da reunião desmentindo boatos. “Disseram que estavam vendendo peças, maquinários de algumas unidades, e tive que ir com um oficial de Justiça até o município de Conchas para certificar que isto não era verdade. O que está ocorrendo nos municípios onde a empresa atua é uma indústria da boataria. O momento já é delicado e não precisamos mais desse tipo de coisa.” O administrador alerta que se houver irregularidades, elas devem ser informadas ao juiz responsável pelo caso, na Comarca de Tietê, através de uma petição.
Mesmo que haja consenso entre os participantes da assembleia, na escolha do plano de recuperação como melhor saída, não significa que a empresa possa voltar a ativa. É necessário que se conquiste a credibilidade novamente, obtendo novas linhas de crédito para alavancar a produção e começar a honrar os compromissos com os credores. Analistas do setor estimam que o frigorífico Frango Forte possui uma dívida superior a R$ 120 milhões.
Quanto ao pagamento das dívidas, Nelson Garey diz que legalmente a prioridade é para as questões trabalhistas, como indenizações e acidentes de trabalho. Só então a empresa passará a honrar os compromissos com os credores.
A assembleia que decidirá o destino do Frango Forte ficou agendada para o dia 4 de novembro, as 11 horas, no teatro do Seminário Santa Terezinha.
Denúncias – O frigorífico Frango Forte foi alvo de uma série de denúncias feitas pela imprensa em 2008. Uma delas apontava que a empresa frango congelado com adição de água acima do permitido por lei, lesando o consumidor.
Na época, o Mapa (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento) realizou uma fiscalização rigorosa no frigorífico, proibindo por dez dias a comercialização dos produtos.
Todos os fatos ocorreram no início da crise econômica mundial, que afetou o abastecimento de milho e soja, em virtude do aumento no preço das commodities. Como resultado, a empresa não conseguiu honrar o fornecimento de rações para as granjas afiliadas, ocorrendo a morte de milhares de aves confinadas.
