A necessidade de atender a demandas de novos mercados mudou o perfil dos agricultores do Vale do São Francisco, região entre as cidades de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA). A importância de buscar alternativas de produção e de gestão é um dos temas discutidos no 11° Seminário Brasileiro de Produção Integrada de Frutas e no 3° Seminário sobre Sistema Agropecuário de Produção Integrada (Sapi), até amanhã (11/09), em Petrolina.
Para o coordenador da Embrapa SemiÁrido e organizador dos seminários, Paulo Roberto Lopes, o evento é a oportunidade dos pesquisadores apresentarem seus trabalhos e discutirem com produtores, e representantes do setor, as principais inovações na produção integrada. De acordo com ele, a participação dos empresários rurais é resultado das pesquisas chegando ao campo. “Na região do Vale do São Francisco houve avanço no nível das propriedades. A gestão melhorou devido às tecnologias da produção, ao respeito às questões ambientais e ao uso racionalizado dos defensivos químicos”, garante.
Assim como muitos produtores, Euder Ribeiro encontrou, em Petrolina, as condições ideais para iniciar a produção de frutas, utilizando uma área de cem hectares. Ele explica que a adesão ao sistema de produção integrada é uma forma de atender às exigências do mercado externo e, também, à demanda nacional por alimentos seguros e de qualidade.
“Com uma nova visão da agricultura, trouxemos experiências de produção e gestão da indústria para o campo”, explica Euler Ribeiro. Na propriedade, ele produz manga, uva e caju, sendo que metade da produção segue para o consumo nacional e o restante é exportado para Holanda, Bélgica, Espanha, França e Inglaterra.
Produção Integrada – O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) possui 56 projetos que têm alterado os sistemas de produção na agricultura brasileira. São mais de 64 mil hectares, que envolvem 2,3 mil produtores e produzem mais de 1,5 milhão de toneladas de alimentos. Na região dos seminários, entre Juazeiro e Petrolina, os programas da produção integrada de manga e uva estão instalados em 7,6 mil e 5 mil hectares.