Barreiras fitossanitárias e problemas ambientais atormentam boa parte da cadeia produtiva das aves, bois e suínos. Com a queda das exportações dos produtos cárneos, consequência da crise financeira internacional, os setores viram as exigências e medidas protecionistas dos paises importadores crescerem. Para Arnaldo Sima, analista e diretor da Sima Consulting, a
rastreabilidade de toda a cadeia produtiva, desde a granja até a mesa do consumidor, de maneira segura e confiável, é a solução para a maioria destes problemas. “A rastreabilidade no campo permite estabelecer a garantia da origem da carne e saber em quais condições o animal foi criado”, disse.
Para Sima, o Brasil é o maior destaque do cenário mundial das exportações de carnes, por isso, é visado quando o assunto é o comércio internacional. “O mercado mundial de carnes é
marcado por barreiras de proteção fitossanitárias, e o Brasil, como player mundial, paga as contas”, acredita o analista. “Por isso, o investimento em rastreabilidade total pode significar o
fim destas barreiras para o produto nacional”.
Sima defende o controle de qualidade desde a plantação dos insumos para ração, passando pela criação dos animais, abate nos frigoríficos, transporte e mesa do consumidor. “Não dá para falarmos em rastreabilidade sem pensar nela como um todo. Não é só o animal pronto que precisa ter controle”, pontua. “Para abrirmos novos mercados, precisamos provar que todo o processo de produção é confiável”.
O diretor da Sima Consulting acredita que se os produtores brasileiros conseguirem provar a qualidade de todas as etapas de produção de um produto cárneo, não vão mais haver nenhum tipo de barreira comercial para as carnes brasileiras. “A rastreabilidade total de um sistema de produção, da granja ao garfo, é a chave para abertura de novos mercados”, conclui Sima.
Mapa – O coordenador dos Sistemas de Rastreabilidade do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Naor Maia Luna, confirmou a necessidade do Brasil acompanhar o mundo por conta das exigências comerciais. Por isto, defendeu a intensificação dos sistemas de rastreabilidade. “O governo atua naquilo que nossos compradores exigem. Por isso, temos que trabalhar para garantir que todas as atuais e futuras solicitações possam ser cumpridas”.