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Milho transgênico

<p>Aumenta oferta de cultivares transgênicas de milho para safra 2009/2010. 49 novas espécies chegam ao mercado.</p>

Às vésperas do início do plantio da safra 2009/2010, o agricultor brasileiro terá muita opção de escolha no mercado de sementes de milho: são 325 cultivares convencionais e 104 transgênicas. A confirmação de uma tendência que teve início no ciclo anterior – na safra 2008/2009, foram 19 cultivares transgênicas e 302 cultivares convencionais – revela, segundo os pesquisadores José Carlos Cruz e Israel Pereira Filho, da Embrapa Milho e Sorgo, a necessidade de ajustes nos sistemas de produção e a definição de respostas a perguntas como “qual será o transgênico que confere melhor controle de lagartas?”, “como será o controle de plantas daninhas resistentes a herbicidas?” ou “como obter um aumento de produtividade e reduzir o custo de produção final, mesmo com acréscimos no custo da semente?”.

Para a safra 2009/2010, as cultivares transgênicas são resultantes de três eventos para o controle de lagartas e de um evento que confere resistência ao herbicida glifosato aplicado em pós-emergência. Para o controle de lagartas, 56 cultivares contêm o evento MON 810, com tecnologia YieldGard® da Monsanto, 24 apresentam o evento TC 1507, da Herculex (Dow AgroSciences), e 12 apresentam o Agrisure TL, da Syngenta, conhecido como Bt11. Resistentes ao herbicida glifosato, estão disponíveis 12 cultivares Roundup Ready 2®, também da Monsanto. Nesta conjuntura, na visão dos pesquisadores, o agricultor estará interessado em saber qual será a cultivar transgênica que apresenta maior eficiência no controle de lagartas, em como será a dinâmica dos demais insetos-praga na lavoura e em como se dará o controle de plantas daninhas resistentes ao glifosato.

“Na minha opinião, no momento de compra de uma cultivar transgênica, o agricultor tem por objetivo facilitar suas atividades na condução da lavoura, evitando aplicações excessivas de inseticidas ou herbicidas. Outro parâmetro é a busca por aumentos de produtividade e, se possível, meta conciliada a um menor custo de produção, mesmo com o acréscimo no custo da semente. Estas são tendências que irão nortear o mercado”, aposta o pesquisador José Carlos Cruz. Ainda segundo ele, o grande porcentual de cultivares transgênicas disponíveis para a próxima safra e a consequente redução no uso de agroquímicos implicarão em ganhos para o próprio agricultor e para o meio ambiente. “O aumento da oferta de cultivares transgênicas demonstra um grande incremento no mercado brasileiro de sementes. Comparando-se com a safra 2008/2009, primeiro ciclo agrícola em que o Brasil comercializou oficialmente o milho geneticamente modificado, houve um grande avanço”, afirma José Carlos.

Todas as 104 cultivares transgênicas disponíveis nesta safra são também comercializadas em suas versões convencionais. “Obviamente, apresentam as mesmas características agronômicas, diferindo apenas na característica que lhe é conferida pelo evento transgênico”, completa Cruz. Como uma mesma cultivar convencional pode ser comercializada em mais de uma versão transgênica, 76 cultivares – sendo 19 híbridos triplos e 57 simples – são comercializados com eventos transgênicos. Há situações de uma mesma cultivar convencional apresentar até três versões transgênicas. É o caso do híbrido simples de ciclo superprecoce P 30P70, da multinacional Du Pont (Pioneer Sementes), que, além da sua versão convencional, apresenta dois eventos transgênicos para o controle de lagartas e um evento que lhe confere resistência ao herbicida glifosato.

49 novas cultivares chegam ao mercado – Entre as cultivares convencionais, 49 novas cultivares (sendo duas variedades, três híbridos duplos, oito híbridos triplos e 36 simples) substituíram 26 cultivares que deixaram de ser comercializadas na safra atual (cinco híbridos duplos, oito triplos e 13 híbridos simples). “Este comportamento das empresas confirma a dinâmica dos programas de melhoramento, a confiança do setor na evolução da cultura e a importância do uso de sementes no aumento de produtividade”, interpretam os pesquisadores José Carlos Cruz e Israel Pereira Filho. E a safrinha, mais uma vez, superou as expectativas no campo e favorecerá a safra de grãos 2008/2009. O clima ajudou os produtores dos estados de Mato Grosso e Goiás e a produção nacional de milho safrinha está prevista para 16,63 milhões de toneladas, segundo a Conab. Considerando a primeira e a segunda safras, o milho deverá atingir 50,3 milhões de toneladas, 14,3% a menos que na temporada anterior.

“Uma análise crítica mostra que, como nas últimas safras, verifica-se uma consolidação da predominância no número de híbridos simples. Esta categoria representa hoje 54,26% do mercado. Somando os híbridos triplos, chegamos a 78,74% das opções para os agricultores, mostrando uma forte tendência na agricultura brasileira e uma maior necessidade de se aprimorar os sistemas de produção para melhor explorar o potencial genético dessas sementes”, comentam os pesquisadores. Sobre a segunda safra de milho, que vem possibilitando ao Brasil recordes na produção do cereal, José Carlos e Israel destacam a necessidade de ajuste na densidade de plantio. “Como regra geral, a densidade deve ser inferior à recomendada para a safra normal, principalmente devido à menor disponibilidade hídrica neste período”, alertam.

A análise dos pesquisadores ainda revela que, no aspecto “textura do grão”, os agricultores brasileiros preferem as cultivares que apresentam grãos semiduros (56,64%) e duros (28,3%). “Materiais dentados são minoria (5,7% do mercado) e geralmente são utilizados para a produção de milho verde ou silagem”, afirmam. No link seguinte, veja as características agronômicas das cultivares de milho convencionais e transgênicas disponíveis no mercado e o comportamento dessas cultivares em relação às principais doenças, como fusariose, ferrugem comum, ferrugem branca, ferrugem polisora, helmintosporiose, enfezamento, cercosporiose e doenças do colmo e dos grãos.