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Exportação

Câmbio prejudica exportações suinícolas

<p>Exportações de carne suína caem em julho como efeito da valorização do Real. Recuo nas vendas externas foi de 14,28% em toneladas e de 40,48% em valor.</p>

As exportações de carne suína perderam, no mês de julho, o vigor que vinham apresentando no primeiro semestre. A queda nas vendas externas foi de 14,28% em toneladas e de 40,48% em valor. O Brasil exportou, em julho de 2009, 48,10 mil toneladas e faturou US$ 100,50 milhões, em relação a 56,11 mil toneladas e US$ 168, 85 milhões em julho de 2008.

“Avaliamos que esse fato é um claro efeito da valorização do Real. Mesmo com os baixos preços praticados no mercado interno, as exportações perdem competitividade com a atual relação cambial, tornando-se o principal motivo de preocupação para os próximos meses”, afirma Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).

De acordo com ele, “infelizmente, o governo não demonstrou até agora sinais de que pretende intervir, evitando sérios prejuízos à economia. O domínio do pensamento exclusivamente financeiro, no Banco Central e no Ministério da Fazenda, não permite desenvolver ações de política econômica que preservariam os setores produtivos da distorção provocada pelo câmbio”.

O presidente da Abipecs destaca “o caráter especulativo das movimentações de capitais internacionais, que causaram a valorização da moeda brasileira. A omissão do governo federal, neste momento, trará sérios reflexos para a saúde do setor de suínos, entre muitos outros”.

As exportações de inúmeros setores produtivos, quer sejam agrícolas ou industriais, tiveram, no passado, forte efeito de vetor de modernização, acarretando reduções de custos, posteriormente aproveitadas pelo mercado interno. O efeito inibidor da atual relação cambial deve, infelizmente, prejudicar seriamente o crescimento da produção, em particular da suinocultura, na avaliação de Camargo Neto.

O setor de suínos atravessa crise também nos concorrentes: na União Europeia, no Canadá e nos Estados Unidos. Nesses países, porém, a suinocultura tem recebido amplo apoio de seus governos, o que infelizmente não ocorre entre nós, afirma.

Estatísticas – De janeiro a julho deste ano, o Brasil exportou 342,58 mil toneladas, que geraram uma receita de US$ 683,57 milhões, um crescimento de 4,83% em volume e uma queda de 22,03% em valor na comparação com igual período de 2008.

Para a Rússia, o Brasil exportou, em julho deste ano, 19,89 mil toneladas, uma retração de 24,02% em relação a julho de 2008. Em valor, as exportações para a Rússia sofreram um declínio de 52,54% em julho, na comparação com igual período de 2008.

Em julho, houve queda também nas exportações de carne suína brasileira para Hong Kong, de 8,32% em toneladas e de 30% em valor, em relação aos resultados de julho de 2008.

Em julho, o preço médio da carne suína brasileira caiu 30,57%, em comparação com igual período de 2008.

Os principais destinos para a carne suína brasileira, em julho, foram Rússia, Hong Kong, Ucrânia, Angola e Cingapura.

A Abipecs espera, em 2009, a abertura do mercado da África do Sul, conforme promessa da missão brasileira àquele país, no mês passado. “Lembramos que, por ocasião da visita da presidente Gloria Arroyos ao Brasil, em junho, ficou combinado que o mercado das Filipinas se abriria em 60 dias, somando-se mais um mercado para a carne suína”.