Há um mês, o Frigorífico Castilhense, em Júlio de Castilhos (RS), está com toda a estrutura pronta para voltar ao trabalho. Mas as tentativas de retomar os abates de suínos não têm tido sucesso.
Na metade de abril, o corte no fornecimento de energia elétrica no abatedouro fez com que as atividades tivessem de ser paralisadas. Na época, 323 funcionários ficaram sem trabalho. Agora, com o problema da energia resolvido e o local em ordem para retomar o abate de suínos, a dificuldade tem sido encontrar indústrias que forneçam os animais. Com a estrutura parada, quem sofre são os funcionários, há três meses sem salário.
A Cooperativa Regional Castilhense de Carnes e Derivados, que administra o frigorífico em parceria com a arrendatária Granol, firmou contrato com uma indústria de Santa Catarina, há mais de um mês. A empresa se encarregaria de trazer 400 suínos por dia para abate em Júlio de Castilhos. Passados mais de 30 dias, nenhum animal ainda chegou ao frigorífico.
“Teremos de procurar a Justiça para desfazer esse contrato. Estamos esperando há algumas semanas, mas nunca nos mandam os animais”, diz o presidente da cooperativa, Régis Lopes Salles.
Conforme ele, a cooperativa deve procurar outras indústrias interessadas em fornecer suínos para abate. Salles afirma que já há duas empresas, uma de Santa Catarina e outra do Paraná, em negociação. O Castilhense tem capacidade para abater 700 animais por dia.
Dos mais de 300 funcionários que o Castilhense tinha até maio, agora só restam cerca de 250. Muitos pediram demissão com a paralisação das atividades. Os demais ainda estão contratados, mas, com o frigorífico parado, estão sem receber desde maio.