Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Investimento

MT terá novo frigorífico para suínos

<p>Com investimento de R$ 25 milhões, a planta industrial será construída em Sorriso. Mil animais por dia serão abatidos na primeira etapa. Obras começam em agosto.</p>

O Grupo Lucion e o Frigorífico Prieto estão investindo R$ 25 milhões na construção de uma planta industrial no município de Sorriso, região norte do Mato Grosso, cerca de 400 quilômetros de Cuiabá. O empreendimento terá uma capacidade total para abater três mil suínos por dia, mas inicialmente deve trabalhar com um volume diário de mil animais.

As obras começam em agosto, com as operações se iniciando no final de 2010. Na primeira etapa serão comercializadas carcaças e cortes, com uma produção estimada em duas mil toneladas/mês. A ideia é futuramente também processar a carne para a fabricação de produtos prontos, mas esta etapa ainda não está contemplada nos atuais investimentos.

Dos R$ 25 milhões, 60% é oriundo do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO); o restante tem origem em recursos próprios. O novo abatedouro ficará a três quilômetros da BR-163.

Na região, o Grupo Lucion possui hoje aproximadamente 6,5 mil matrizes alojadas. A empresa ainda atua na produção de milho e soja, sendo multiplicadora no Estado da DB-Dan Bred. “Há quatro anos estávamos procurando um parceiro para verticalizarmos nossa produção”, afirma Paulo Cezar Lucion, sócio-diretor do Grupo Lucion.

A oportunidade surgiu dois anos atrás por meio de um contato com José Villarino Prieto, conhecido como Pepe, proprietário do Frigorífico Prieto, da cidade de Cajamar (SP). O Frigorífico Prieto não trabalha com abates, ele adquire matéria-prima para a industrialização de produtos como salsichas, linguiças, presuntaria e cortes suínos temperados. Os seus produtos chegam a cerca de cinco mil pontos de venda, incluindo as principais redes hipermercadistas do País. “Nós temos o mercado e precisamos da matéria-prima e, o Lucion, precisa do mercado e possui esta matéria-prima. Então foi uma união perfeita”, afirma Pepe.

Em sociedade, as duas empresas criaram o Frigorífico Nutribras Ltda. O novo empreendimento irá fornecer carcaças para o Frigorífico Prieto, assim como atender a toda a sua rede de clientes com produtos in natura. Segundo Lucion, o objetivo é também abastecer o mercado mato-grossense e de outros Estados da região Norte-nordeste.

A planta industrial de Sorriso também foi projetada dentro das exigências dos principais mercados internacionais de carne suína. “O frigorífico estará habilitado a exportar para o mundo todo”, afirma Pepe. Em suas granjas, o Grupo Lucion também vem adotando sistemas sustentáveis de produção de suínos, o que pode se tornar um trunfo em futuras negociações internacionais, nas quais reduções de impactos ambientais vêm ganhando maior relevância.

Suinocultura independente – São os animais destas granjas que abastecerão o sistema de abate do novo frigorífico. Mas, não só eles. De acordo com Lucion, haverá a necessidade da aquisição de suínos de outros produtores, o que deve movimentar a suinocultura local.

A região é o principal polo de produção independente do Mato Grosso. “Nós sentimos que o produtor, que veio aqui para produzir milho e soja, quer agregar valor ao seu produto e não ser um simples prestador de serviço, como no caso das integrações”, afirma Lucion. Segundo ele, a opção será pelo fechamento de contratos de compra e venda de animais a preço de mercado com os produtores.

Hoje, somente dois frigoríficos que operam com SIF no Estado compram animais de terceiros. Um em Nova Mutum, distante 150 quilômetros de Sorriso, e outro em Rondonópolis, 550 quilômetros de distância. As poucas opções fazem com que o excedente da produção tenha que viajar por até 1800 quilômetros até São Paulo ou para outros Estados. “O que nos torna competitivos em termos de custo, que é proximidade com a produção de grãos, praticamente se perde com o transporte de animais vivos por distâncias tão longas”, explica Lucion. Com o abate local, ele acredita que o problema será resolvido. “Creio que o frigorífico será um sustentáculo para a sobrevivência da suinocultura independente na região”, conclui.

Ao todo, o Grupo Lucion possui hoje próximo de 6,5 mil matrizes alojadas na região norte do Mato Grosso