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Comentário Avícola

Raio X do mercado brasileiro

<p>Mercado em recuperação e projeção de longo prazo coloca a avicultura na liderança mundial de carnes até 2018.</p>

O mercado de frango brasileiro é o principal indicador para prospecção de crescimento do setor e no passado o preço era definido pelo custo mais a margem. Já hoje o mercado define o valor e aí as organizações devem gerenciar seu custo para auferir o lucro.
Numa produção de, aproximadamente, 11 milhões de toneladas/ano as agroindústrias trabalham na gestão para obter bons preços, tendo uma distribuição em torno de 70% no mercado interno e 30 % em exportações.
Em junho, as ofertas não pressionaram os negócios em função do volume de exportações de 329 mil toneladas, com a soma da carne in natura, industrializada e salgada.
Com as exportações, o País tem força para manter o ritmo de negócios e os preços. O frango vivo em Minas Gerais foi cotado acima de R$ 2,00 e em São Paulo, próximo a isso, dois Estados balizadores de cotações.

As exportações renderam US$ 528 milhões em junho (21 dias úteis), com média diária de US$ 25 milhões. A média é 20% maior do que os US$ 19 milhões de maio. E o preço médio obtido pela carne de frango em junho/09 foi de US$ 1.608 por tonelada, maior que os US$ 1.436 registrados no mês anterior, mas menor do que os US$ 1.841de junho de 2008.
Renovam-se as expectativas, fato que não ocorria há 12 meses, desde julho/08, quando as exportações totais do mês (cortes + inteiro + carne salgada + industrializados) alcançaram as 339 toneladas e em julho a demanda e os preços continuam estáveis.

Na liderança – Um dado de longo prazo é também animador, ainda que por pequena margem. Em 2018, a produção mundial de carne avícola deve superar a produção de suína, com um volume de 120,3 milhões de toneladas. A carne de aves (essencialmente carne de frango) respondera por 38,26% da produção das três principais carnes, enquanto a suína, com uma produção de 119,9 mil/t, responderá por 38,14%. Com uma produção de 74,2 mil/t, a carne bovina corresponderá a 23,60% . As projeções são da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) num trabalho conjunto com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e sugerem que, num espaço de 10 anos, a produção mundial de carne avícola crescera 23%, a suína 17% e a bovina pouco mais de 12%.
Confirmadas, essas projeções significarão (em relação ao que é estimado para 2009) um aumento de participação de 4,03% da carne avícola na produção mundial e reduções de 4,77% e 0,78% das bovina e suína, respectivamente.
A importância da avicultura para o Brasil e inquestionável. Devemos sempre mostrar à comunidade os indicadores de geração de empregos do setor, o importante papel social desempenhado pela atividade, evitando o êxodo rural e na geração de divisas ao País.
Ainda que o setor tenha registrado no primeiro semestre queda de quase 20% na receita das exportações, a carne de frango in natura exportada pelo Brasil, manteve a mesma quarta posição registrada há um ano.
Além disso os dados revelam que a participação do produto na pauta exportadora global aumentou 4,4%, passando de 3,1% há um ano para 3,2% nesse período. É um desempenho que contrasta com o apresentado por alguns dos 10 principais produtos da pauta nacional como os automóveis, cuja contribuição para a receita cambial retrocedeu de 2,6% do total para 2,1%, índice que significou redução de participação de 20%. Atrás apenas do soja em grão, minério de ferro e petróleo bruto, o frango esta na quarta posição na pauta exportadora global do Brasil.

Valter Bampi, Méd. Veterinário e Executivo Avícola.