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Clima atinge safra 2008/09

<p>Números divulgados pela Conab são revisados para baixo, ficando em em 133,778 milhões de toneladas.</p>

Adversidades climáticas no desenvolvimento ou na colheita de cultivos de inverno levaram a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a revisar novamente para baixo sua estimativa para a produção de grãos no Brasil na temporada 2008/09, cuja safra de verão já está 95% colhida e que para efeitos de crédito rural terminou em junho passado.

Com mais essa correção, o volume total previsto pela Conab para 2008/09 ficou em 133,778 milhões de toneladas, 0,3% menos que o projetado em junho. Trata-se da menor previsão do governo para o ciclo. Em relação a 2007/08, a queda é de 7,2%. Em dezembro, a Conab chegou a estimar 140,276 milhões de toneladas para 2008/09, mas a estiagem no Sul no verão já havia frustrado a expectativa.

No inverno o maior problema foi constatado na safrinha paranaense de milho, afetada pela falta de chuvas entre os meses de abril e maio e por geadas em junho. No novo levantamento divulgado ontem, a Conab passou a prever 4,680 milhões de toneladas, 17,3% menos que no inverno de 2007/08.

Outra safrinha prejudicada pelo clima é a do Centro-Oeste. Em Mato Grosso, a queda em relação ao ciclo anterior deverá ser de 9,4%, para 6,357 milhões de toneladas, e em Mato Grosso do Sul (onde também geou em junho) a retração é de 37,7%, para 1,807 milhão. Goiás compensa parte das perdas com aumento previsto em 29,2%, para 1,637 milhão de toneladas.

No total, estima a Conab, a segunda safra de milho deverá render 16,190 milhões de toneladas em 2008/09, uma redução de 13,4% sobre 2007/08. Na mesma comparação, o tombo só é menor que o da safra de milho de verão (16,8%, para 33,259 milhões de toneladas) e que o da produção total de algodão (24,2%, para 1,215 milhão de toneladas de pluma).

Com os problemas climáticos, a colheita na região Sul em 2008/09 deverá atingir 53,338 milhões de toneladas, 10,5% menos que na temporada 2007/08.

Para a atual produção de trigo, que já entra nas estatísticas da Conab como safra 2009/10 – e não em 2008/09, como está exposto na tabela -, a projeção aponta para 5,67 milhões de toneladas, 5,7% menos que no ciclo anterior. O Ministério da Agricultura destacou que no Paraná, maior Estado produtor do cereal do país, a produção tende a se manter estável em torno de 3,2 milhões de toneladas; no Rio Grande do Sul, segundo no rol, a baixa por causa da seca deverá ser de 12,3%, para 1,76 milhão.

Como o consumo doméstico de trigo é da ordem de 10 milhões de toneladas por ano, os números da Conab mostram que o país continuará forte na disputa pelo posto de maior importador de trigo do mundo. Das commodities mais negociadas, o trigo é a única que destoa do perfil exportador. O Brasil é o segundo maior exportador de soja (perde para os EUA) e tenta se firmar como exportador regular de milho.