O Ministério da Agricultura aceita discutir com os suinocultores a criação de um preço de referência para a comercialização de suínos, mas não nos moldes tradicionais, como o usado pelo setor de grãos por exemplo. “Estabelecer um preço mínimo, dentro daquela condição de garantia [o governo comprando os excedentes] é muito complicado”, avalia Stephanes.
De acordo com ele, ao criar esse instrumento, o governo brasileiro geraria dois problemas para si. O primeiro referente ao armazenamento dos animais, segundo o ministro, caro e de difícil operação. O outro de comercialização. “Se o governo sustentar um preço mais alto para os suínos, o setor vai passar a produzir mais”, argumenta o ministro.
A posição de Stephanes frustrou alguns suinocultores. O estabelecamento de um preço mínimo para a comercialização dos suínos é uma antiga reivindicação do setor.
O presidente da ABCS, Irineu Wessler, afirma que a o objetivo da criação do mecanismo não é para a comercialização do animal pelo preço mínimo. “Queremos criar um preço de referência para dar ao governo um instrumento que o permita operacionalizar algum tipo de programa de garantia de renda, a exemplo do que é feito no segmento de grãos, peixes, etc.”, argumenta Wessler.
Segundo ele, a definição de uma política de preço mínimo de referência pode, por exemplo, viabilizar a implementação de um Programa de Escoamento da Produção (PEP). “Com isso é possível tirar o excedente da região produtora e levar para a região consumidora com o prêmio do frete”, explica o presidente da ABCS.
“É óbvio que estamos abertos a discussões, mas teremos que estudar para que tipo de uso vamos ter esse preço de referência. Principalmente, para ver se temos condições de operacionalizá-lo quando for necessário”, afirma Stephanes.
O ministro da Agricultura está participando do 13º Seminário Nacional de Desenvolvimento, promovido pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) e que está sendo realizado em Foz do Iguaçu.