No curto prazo, o milho teve seu preço elevado devido a seca que atingiu não só a safra normal de começo do ano, mas parte da safrinha. A informação é de Leonardo Sologuren, diretor da Celleres (consultoria privada do setor de agronegócio). “E agora a geada e não dá para contabilizar ainda quanto isso afetou a produção do milho”, avalia. Ele explica que por falta de informações sobre a safrinha, o mercado puxou o preço para cima. Neste mês, a cotação bateu os R$ 20,50, enquanto no mês passado ficou em R$ 19,75 e, em março, R$ 17,33. “A tendência e que esse preço suba ainda mais. Até porque há uma restrição de oferta”, salienta.
Sologuren estima que o Brasil tem boas perspectivas de exportações no segundo semestre, devido a seca na Argentina e também em decorrência de uma menor área plantada do milho nos EUA. “Esses fatores vem puxando (para cima) o preço na Bolsa de Chicago e, em tese, melhora nossa possilidade para exportação”, explica. O diretor pondera que no mercado doméstico o preço deve continuar subindo, dependendo de um incremento na exportação para diminuir o estoque alto da safra passada.
Sobre o mercado internacional, Sologuren prevê uma volatilidade no preço, havendo uma tendência de alta. Ele aponta como motivo dessa alta a estiagem americana, que diminuiu a área plantada do milho, além dos estoques mundiais estarem bem abaixo das necessidades dos países que importam o produto. “Qualquer problema climático que tiver nos EUA pode aumentar ainda mais o preço do milho no mercado internacional. O que seria interessante para o Brasil do ponto de vista de exportação”, avalia.
O consultor informa que a expectativa de colheita da safrinha já foi alterada para baixo, devido a seca e a geada. Segundo ele, a estimativa do governo era de 18 milhões de toneladas na safrinha. Porém, o mercado e os agentes que lidam com o produto, já trabalham com uma queda de 3 milhões de toneladas. “A expectativa de colheita agora é de 14,9 milhões. Estes fatores já estão refletindo no preço do milho”.