Exportações em maio

As exportações de carne suína brasileira em maio foram de 51,76 mil toneladas (US$ 102,58 milhões), segundo a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs). “Apesar do volume menor comparado ao mesmo período de 2008, os números permitem projetar resultado superior ao do ano passado”, avalia o presidente da Associação, Pedro de Camargo Neto. “O desempenho das exportações em maio deve ser considerado bom. A comparação mês a mês, muito pontual,  nem sempre é a melhor indicação de desempenho”.

De acordo com Camargo Neto, o setor tem uma ampliação de 9,87% nas vendas externas nos cinco primeiros meses deste ano. “O que atualmente preocupa o setor exportador é a questão cambial. A cotação da moeda norte-americana, abaixo de R$ 2, significa prejuízo certo, e infelizmente as autoridades monetárias parecem não demonstrar preocupação com relação a isso”, afirma o presidente da Abipecs. Para ele, o argumento simplista de que o câmbio é livre não justifica a falta de ações por parte do governo. “O Banco Central possui instrumento poderoso de política macroeconômica por meio da fixação do juro básico da economia, que afeta diretamente a relação cambial da moeda brasileira”.

Camargo Neto acredita que o fortalecimento da economia brasileira permitiu que o Brasil fosse menos afetado pela grave crise financeira global. “São as boas condições do País, resultado de boa política no passado, que hoje obrigam o Brasil a aproximar sua política monetária à dos países desenvolvidos, que praticam juro zero ou perto disso”, avalia. “Existe disparidade entre o juro praticado pelo Brasil e o de outros países. Isso torna atrativa a vinda de recursos do exterior para serem aplicados aqui. Com isso, o real se fortalece e as exportações agrícolas, particularmente as de carne suína, acabam sendo prejudicadas”. Para Camargo Neto, a atual relação cambial vem provocando prejuízo ao País.