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Semana de demissões no campo paranaense

<p>Depois de o frigorífico Mercosul dispensar 450 pessoas na segunda-feira, em Paiçandu, Noroeste do Estado, ontem foi a vez de a Case New Holland (CNH) cancelar antecipadamente 350 contratos de trabalho.</p>

Redação (17/12/2008)- A semana tem sido de demissões no segmento de agronegócio do Paraná. Depois de o frigorífico Mercosul dispensar 450 pessoas na segunda-feira, em Paiçandu, Noroeste do Estado, ontem foi a vez de a Case New Holland (CNH) cancelar antecipadamente 350 contratos de trabalho que iriam vencer em março na unidade de Curitiba, onde faz tratores e colheitadeiras agrícolas. A empresa informou que não estão previstos outros cortes na equipe, mas férias coletivas já estão marcadas para 22 de dezembro a 5 de janeiro e as horas extras foram eliminadas. 

A direção da CNH não se pronunciou sobre o assunto, mas informou por meio da assessoria de imprensa que "se preparava para um nível de produção para 2009" e, como "houve reversão de expectativas", foi necessário adequar o mercado previsto para o primeiro trimestre. Ela vai encerrar o ano com 2.064 empregados na fábrica da capital paranaense, 171 a mais que em 2007. A empresa conta, ao todo, com 3,8 mil trabalhadores no Brasil, porque também tem fábricas em Contagem (MG) e Piracicaba (SP), unidade comercial em Sorocaba (SP) e centros de distribuição em Itu (SP) e Cuiabá (MT) . 

Com relação aos cortes, foram todos na linha de produção de colheitadeiras. No ano, a empresa havia contratado 521 pessoas, porque estava num ritmo alto de produção e venda, em função do bom momento vivido no campo. As demissões não fazem parte de um ajuste global, mas local, porque as encomendas ficaram abaixo do previsto, informou a subsidiária. 

Questionada sobre os planos para o país, ela respondeu que anunciou recentemente investimento de R$ 1 bilhão na reativação de sua fábrica de máquinas agrícolas e de construção de Sorocaba (SP) e isso será mantido. A CNH já conviveu com altos e baixos da agricultura mas, de acordo cm a empresa, "diferente de outras épocas, essa não é uma crise da agricultura". Além da CNH e do Mercosul, a Volvo, a Bosch e a Electrolux já haviam anunciado demissões no Paraná recentemente e o número de dispensas já passa de 1,5 mil. 

No Mercosul, os empregados foram demitidos após as férias coletivas. A decisão teria sido motivada pela crise e falta de bovinos para abate. A unidade tinha capacidade de abate de 1,6 mil animais por dia e operava com ociosidade alta.