Redação (05/12/2008)- O cobiçado mercado chinês está mais próximo dos produtores brasileiros de carne suína. Uma missão nacional, que estava em Pequim desde domingo e retorna hoje ao Brasil, avançou nas negociações para as exportações de carne suína ao país asiático. Foi assinado o protocolo elaborado em novembro de 2007 que determina requisitos de inspeção, quarentena e saúde veterinária dos animais.
O início da venda depende ainda de uma análise que os chineses estão fazendo das informações coletadas em outubro, quando estiveram no Brasil avaliando o serviço de inspeção nacional de suínos.
Conforme o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos no RS, Rogério Kerber, ainda é cedo para projetar uma abertura:
– O protocolo prevê a exportação de carne termoprocessada (passa por cozimento e geralmente é enlatada). Estamos tentando um acordo para a exportação de carne in natura congelada.
As tratativas animam o presidente da Associação de Criadores de Suínos do RS, Valdecir Luis Folador. Segundo ele, seria muito importante não só pela conquista de um mercado com alto potencial de consumo, mas pela diversificação dos países importadores:
– Hoje, a maior parte da carne suína brasileira vai para a Rússia. Se for aberto o mercado chinês, existe a possibilidade de crescimento.
Na avaliação de Folador, os produtores gaúchos estão preparados para atender esta demanda. Observa que, apesar de as exigências sanitárias variarem conforme a nação importadora, acabam seguindo uma mesma linha. Basicamente querem garantias de que no país os rebanhos não tenham doenças e haja rastreabilidade.
O Grupo Doux, de Montenegro, que exporta para mais de 20 países, aguarda otimista o resultado, diz o responsável pelas relações técnico e institucionais, José Luís Franco.
Embarques diversificados
Destino das 191.432 toneladas de carne suína gaúcha exportada de janeiro a outubro deste ano:
Rússia – 162.010 toneladas (84,6%)
Hong Kong – 12.022 toneladas (6,3%)
Argentina – 6.351 toneladas (3,3%)
Cingapura – 2.142 toneladas (1,1%)
Ucrânia – 2.104 toneladas (1,1%)
Outros países – 6.803 toneladas (3,6%)
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior