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Perdigão volta a sonhar com a Ásia

<p>Até o fim deste ano a empresa também espera encerrar o processo de unificação de todas as diferentes personalidades jurídicas das empresas compradas.</p>

Redação (30/10/2008)- A assimilação da compra da européia Plusfood pela Perdigão está ocorrendo em ritmo mais acelerado do que o inicialmente previsto pela companhia brasileira, segundo o presidente do conselho de administração, Nildemar Secches. Esse bom andamento pode ajudar a Perdigão na busca por uma operação semelhante no mercado asiático. 

A Plusfood, processadora holandesa de carne com forte presença no mercado de refeições coletivas ("food service"), foi comprada pela Perdição em 2007 por 31,2 milhões de euros. A operação tornou viável a participação efetiva da companhia brasileira em segmentos como o do próprio food service. Sem a aquisição, a entrada nesses setores seria bem mais difícil, avalia ele. 

A sinergia com a Plusfood "está indo mais rapidamente do que imaginávamos", disse Secches ontem em reunião da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec-SP), na qual foram explicitados os resultados da Perdigão no terceiro trimestre. Isso anima a empresa a avaliar operação do gênero na Ásia. 

Ainda que o ânimo seja maior, a empresa afirma que a prioridade será dada à consolidação de todas as aquisições efetuadas nos últimos dois anos – que incluíram, entre outras, a Eleva, com a qual a Perdigão impulsionou sua presença no mercado de leite e derivados. "Em 2009, vamos nos concentrar nessa consolidação. Essa decisão é anterior à crise econômica, mas claro que com a crise isso fica mais urgente", disse. 

Até o fim deste ano, por exemplo, a Perdigão espera encerrar o processo de unificação de todas as diferentes personalidades jurídicas das empresas compradas. O trabalho deverá facilitar o tratamento tributário das controladas. 

As alterações incluíram ainda a efetivação de José Antônio Fay como novo presidente da Perdigão. A mudança foi aprovada pelo conselho de administração da empresa na terça-feira. Ontem, Fay, que era o principal executivo da Batávia, outra das empresas compradas pela Perdigão, apresentou-se no encontro com analistas como novo comandante da empresa. Secches, que ficou à frente da companhia por 13 anos, liderou o processo que a fez elevar o número de unidades industriais de 15 para 42 e o de empregados, de 12,2 mil para quase 60 mil. 

Um novo plano de metas deverá ser apresentado no segundo semestre de 2009. Ele norteará os passos da Perdição para o período até 2015. Para este ano, a empresa não deverá atingir a expectativa de abater de 2 mil cabeças de gado por dia – o número está entre 600 e 800 -, mas a meta para 2011 foi mantida em 6 mil cabeças. 

O mercado de leite, que atingiu picos de preço em junho, foi atrapalhado por "uma empresa que saiu fazendo bobagem", segundo Secches. "Captaram dinheiro pensando em comprar várias empresas pequenas e achando que depois venderiam para nós ou o [fundo de investimentos] GP. Isso penalizou todo o setor". A referência indireta foi à Parmalat.