Redação (16/10/2008)- Agricultores ligados à Cooperativa Tritícola de Getúlio Vargas (Cotrigo) mobilizaram-se, ontem, para impedir a retirada de 89 mil sacas de milho e 35 mil sacas de soja que estão estocadas nas unidades de Estação, Sertão, Ipiranga do Sul e Erebango. Apesar de a cooperativa estar com os bens imobilizados em função de dívidas, a remoção foi autorizada por liminar concedida pela Justiça do Rio de Janeiro em favor do banco BBM, ao qual a Cotrigo deve R$ 2,86 milhões. Para evitar a retirada, os produtores usaram tratores, caminhões, carros e abriram valas na frente dos portões de acesso à cooperativa. Os manifestantes reclamam de que já está faltando ração para os animais e, mesmo assim, não podem utilizar a produção estocada na Cotrigo.
Há 40 dias, a Justiça proibiu o uso dos grãos dos silos da Cotrigo, enquanto é apurada a crise financeira. Estimativa indica que o prejuízo pode chegar a R$ 200 milhões. O comitê gestor que assumiu a cooperativa se reuniu com representante do banco para negociar. O débito total com os credores da empresa chega a um milhão de sacas de soja e milho, mas os estoques não passam de 260 mil sacas. O integrante da comissão Cristiano Reolon informou que a equipe trabalha para reestruturar a empresa com o produtor e não pode permitir que ele seja prejudicado.