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Solenidade de posse

<p>Desafio da avicultura é manter crescimento de 8%, diz presidente da UBA.</p>

Redação (15/10/2008)- O grande desafio da avicultura brasileira é manter o crescimento sustentado de 6 a 8% ao ano, mesmo em um período de crise financeira mundial. A afirmação é do novo presidente da União Brasileira de Avicultura (UBA), Ariel Antonio Mendes, que tomou posse no cargo nesta terça-feira, em Brasília, em substituição a Zoé Silveira d’Avila, que esteve à frente da UBA nos últimos 12 anos. A solenidade de posse, no auditório da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), contou com a presença do ministro Reinhold Stephanes (Agricultura).
 
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de carne de frango e o maior exportador, lembrou Ariel. O frango é o segundo produto na pauta de exportações do agronegócio e o quarto na pauta geral. "Para chegar a esse ponto, foi uma longa trajetória, iniciada em 1972. Nossas empresas tiveram que investir pesado em biosseguridade, ambiência e gestão, para transformar o frango brasileiro num produto altamente competitivo e com uma qualidade reconhecida mundialmente", disse.
 
Em 2008, a avicultura brasileira deverá produzir 11 milhões de toneladas de carne de frango, 450 mil de carne de peru e 24 bilhões de unidades de ovos, além de carnes e produtos de outras espécies avícolas. O crescimento da atividade projetado para 2009 oscila entre 6% e 8%. "Nosso grande desafio será continuar com crescimento sustentado. Se prosseguirmos nesse ritmo, deveremos chegar ao segundo lugar nos próximos anos", ressaltou o novo presidente da UBA.
 
Na produção de carne de frango, o Brasil só fica atrás dos Estados Unidos (16,5 milhões de toneladas) e da China (12,5 milhões). Contudo, o país já é o maior exportador de carne de frango, respondendo por 45% das exportações mundiais. A carne de frango brasileira é consumida em mais de 150 países. Além da carne de frango, o setor avícola brasileiro exporta peru, ovos e material genético. Em 2008, o setor deverá assegurar uma receita cambial de US$ 7 bilhões ao país – 40% maior do que no ano anterior.

 
Em relação ao mercado interno, a carne de frango deverá manter a liderança de consumo, na comparação com outras carnes, conquistada desde 2006. "Podemos pensar em um crescimento da ordem de 2% a 3 % ao ano.Sem dúvida, ainda temos um potencial razoável para aumento no consumo interno, e é possível que cheguemos aos 45 kg nos próximos anos", disse Ariel Mendes.
 
Gripe aviária
 
O novo presidente da UBA destacou, contudo, que o maior dos desafios continua sendo a questão da preservação e da blindagem cada vez mais eficiente da sanidade dos plantéis avícolas brasileiros. "Devemos estar conscientes de que o problema da gripe aviária foi apenas parcialmente controlado na Ásia, onde ocorreu a maioria dos surtos causados pelo vírus H5N1. O problema ainda se mantém em muitos países e a ameaça persiste", destacou.
 
Segundo Ariel, a avicultura brasileira fez um esforço muito grande para se proteger, melhorando a biosseguridade nas empresas. Por sua vez, o governo melhorou o controle da entrada de material genético, pessoas e material orgânico, além de monitorar aves migratórias, no esforço para evitar a entrada do vírus no país. "Hoje, estamos mais protegidos do que estávamos no início dos anos 2000. Porém, é preciso manter os cuidados adotados no auge da crise, pois o vírus continua circulando, principalmente na Ásia", completou.
 
Ariel disse ainda que é fundamental que a área econômica do governo federal priorize investimentos na defesa sanitária, para que o Ministério da Agricultura possa desempenhar sua missão, que é o de manter e garantir a sanidade dos plantéis nacionais. "É fundamental que o programa de regionalização se consolide e seja aprimorado nos próximos anos", finalizou.