Redação (18/09/2008) – A multinacional americana Tyson Foods, maior processadora de carnes de frango, bovina e suína do mundo, vai, finalmente, iniciar operações no Brasil.
Após diversas tentativas frustradas e reveses de última hora, a gigante informou ontem que anuncia hoje, em São Paulo, a aquisição de três empresas no mercado brasileiro. Com operações em 80 países, 104 mil funcionários e faturamento total de US$ 26,9 bilhões, a Tyson sabe que sem o Brasil, um dos maiores exportadores de carnes do mundo, sua liderança global fica ameaçada no longo prazo.
Segundo apurou o Valor, uma das aquisições que será confirmada hoje não é bem uma aquisição. Trata-se de uma parceria com a Frangobras Indústria e Comércio de Carnes e Derivados Ltda., um abatedouro de aves erguido em Campo Mourão, no Paraná, com inauguração confirmada para amanhã. Em tempos de eleições municipais, o evento será concorrido, até porque, com a parceria, a Frangobras já prometeu ampliações e contratações de mais funcionários.
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A capacidade de abate da Frangobras chegaria, segundo previsões iniciais, a 80 mil aves por dia em dezembro próximo, para posteriormente chegar a 160 mil. O Valor apurou que, agora, os planos já prevêem uma capacidade futura de abate da ordem de 320 mil aves por dia. E, se inicialmente a companhia empregaria 700 funcionários diretos, agora já se fala em 3,7 mil. Tyson e Frangobras – controlada por empresários de diversos segmentos da economia e pela Globoaves Agro Avícola – não confirmaram as informações.
As empresas envolvidas também não confirmam, mas a reportagem do Valor também apurou que outro negócio que será anunciado hoje envolve a Macedo, frigorífico de aves de Santa Catarina que faturou cerca de R$ 120 milhões em 2007 e abate cerca de 7,2 mil aves por hora. A empresa, que em 2008 completa 35 anos, tem 1,1 mil funcionários e mais ou menos 3 mil clientes no Brasil e outros 50 no exterior, distribuídos em mais de 20 países.
"Depois de tantas tentativas, só acredito [na entrada da Tyson no Brasil] vendo", brincou uma fonte do setor que sabia das negociações da gigante americana – grupo do porte da brasileira JBS/Friboi, que ampliou suas operações nas Américas, na Europa e na Austrália e cujo ponto forte é a carne bovina.
As últimas tentativas da Tyson de estrear no Brasil geraram expectativa e decepções. A mais recente delas foi no primeiro trimestre deste ano. A múlti estava negociando a compra da Dagranja, mas foi atropelada pelo frigorífico Marfrig, que levou a melhor. Meses antes, a americana negociava a compra da Globoaves, mas foi passada para trás pela Sadia, que firmou parceria com o frigorífico.
