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Colheita recorde em GO

<p>Estado sofre com a falta espaço para armazenar o milho safrinha.</p>

Redação (11/09/2008)- A maior "safrinha" de milho da história trouxe problemas aos produtores, sobretudo no Centro-Oeste. Com tanto grão colhido, alguns enfrentaram dificuldade de armazenagem. Teve gente que atrasou a colheita, para esperar uma "vaga no armazém"; outros que deixaram o grão a céu aberto e aqueles que optaram por abrigá-lo em silos-bolsas. As vendas destes equipamentos na região cresceram 40%.

Teoricamente, se toda a safra da região precisasse ser armazenada, 7 milhões de toneladas ficariam sem lugar no Centro-Oeste – considerando os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Especialistas dizem que o ideal é que a capacidade estática seja 20% superior à colheita. Apenas de segunda safra de milho a região colheu 11 milhões de toneladas, 30% mais que na temporada passada. O diretor da Céleres, Leonardo Sologuren, afirma que a dificuldade de armazenagem pode forçar a venda do produto, pressionando o preço – atualmente a R$ 13 a saca.

"Aqui em Goiás tem muito uso de silo-bolsa", diz o assessor-técnico da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), Pedro Arantes. Segundo ele, a capacidade estática do estado é superior à safra, mas está mal distribuída. Ele cita o município de Acreúna, onde existem oito armazéns e a produção agrícola "praticamente acabou".

"O problema da armazenagem não é grave, mas preocupa", conclui Arantes. Na Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo) a colheita da safrinha atrasou até 20 dias para que a safra pudesse ser acomodada e, em alguns casos, o produtor precisou enviar o grão para armazéns a 70 quilômetros de distância, quando antes eram 30 quilômetros.

A dificuldade também ocorreu em Mato Grosso. De acordo com Jaime Binsfeld, diretor-comercial da Fiagril, parte da produção ficou alguns dias à céu aberto – mas esta foi a primeira a ser escoada, pois já estava vendida. "Os problemas foram resolvidos", assegura. Segundo o coordenador da Câmara Setorial de Logística e Armazenagem da Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul (Famasul), Maurício Rodrigues Peralta, o atraso no plantio proporcionou o escalonamento da safra, diminuindo o impacto da falta de armazéns. Mas, de acordo com ele, aumentou o uso de silo-bolsa.

O supervisor Agrícola da Nortene, Jair Oliveira, diz que as vendas deste produto quadruplicaram nos últimos anos e a estimativa é que 1% da produção nacional esteja abrigada em silos-bolsas. "Em cinco anos, serão 100 mil silos, equivalente a 18 milhões de toneladas. Pelas suas projeções, o Centro-Oeste deve ter atualmente 12 milhões de sacas (60 quilos) em silos-bolsa, com projeção de triplicar nesta safra.