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Exportações do Paraná crescem 35% e chegam a US$ 10,825 bilhões neste ano

<p>IBGE confirma o Paraná como maior produtor de grãos do País.</p>

Redação (11/09/2008)- O  Paraná acumulou nos primeiros oito meses do ano exportações de US$ 10,825 bilhões, evolução de 35,65% sobre mesmo período de 2007. O resultado já se aproxima ao verificado em todo ano passado, quando as vendas externas do Estado chegaram a US$ 12,352 bilhões.

Nas importações, o Paraná registrou em 2008 compras de US$ 9,636 bilhões, crescimento de 78,10%. Com isso, o saldo da balança comercial do Estado neste ano é de US$ 1,188 bilhão. Os números foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Segundo o secretário Virgílio Moreira Filho, a evolução é reflexo de diversos fatores como o bom desempenho da agroindústria e de produtos semifaturados, o aumento das vendas do setor automotivo e o crescimento da movimentação de produtos via porto de Paranaguá.

“Os Portos do Paraná já registraram um aumento na movimentação de cargas em 17% no ano passado, totalizando 38,22 milhões de toneladas”, lembra Virgílio. Ainda segundo o secretário, o conjunto dos três fatores – produção agrícola, produtos com alto valor agregado (como carros) e eficiência portuária – devem colocar o Paraná entre os principais Estados exportadores do País.

Dados – Com a confirmação da liderança do Paraná como maior nacional produtor de grãos, de acordo com o novo levantamento da produção agrícola, divulgado pelo IBGE, o Porto de Paranaguá também irá superar o volume da soja exportada em todo o ano passado, quando foram embarcadas 4,5 milhões de toneladas do grão.

No caso de embarque e desembarque de veículos, o Porto de Paranaguá movimentou em 2002 pouco mais de 60 mil veículos. No ano passado, o número passou para 165 mil unidades.

Para o presidente do Sindicato de Exportação e Importação do Paraná (Sindiexpar) e representante da Associação do Comércio Exterior do Brasil (AEB), Zulfiro Antônio Bósio, o Paraná está preparado para o aumento das exportações. “Se o dólar atingir um patamar estável entre R$1,70 e R$1,80, as exportações paranaenses serão ainda maiores”, afirma.

Experiente no mercado internacional, Bósio acrescenta que é preciso atenção sobre o forte aumento das importações. Parte da questão é respondida pela compra de óleo bruto de petróleo, principalmente do mercado nigeriano (23,72% das compras internacionais do Paraná), realizado via Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), de Araucária. “A alta da compra de fertilizantes também puxou essa aceleração”.

Outro ponto é o incremento das compras de bens de capital, como maquinários. A opinião é acentuada pela coordenadora estadual de Assuntos Internacionais e do Mercosul, Maria do Socorro de Oliveira. “As empresas estão apostando em tecnologia para atingir maior competitividade com produtos externos. Ganha o Paraná em qualidade e ganham os paranaenses com novas oportunidades de emprego e inserção em novos produtos no mercado externo”.

Dos 10 principais produtos exportados pelo Paraná, nove fazem parte do segmento agronegócio, setor que envolve grãos, carnes, congelados, óleo de soja e açúcar e que apresentou forte recuperação no Estado. Entre as maiores compras estaduais, estão, além do petróleo, automóveis e componentes químicos usados como fertilizante.

As exportações paranaenses cresceram 16,6% em agosto, em comparação com o mesmo período do ano passado, chegando aos US$ 1,373 bilhão. Já as importações estaduais chegaram a US$ 1,368 bilhão, evolução de 86,5%

Mercosul garante força das vendas do Paraná

Entre as missões internacionais realizadas pelo Governo do Estado, mais da metade teve como destino países do Mercosul. O bloco econômico novamente apresentou alta nas relações comerciais com o Paraná em 2008. Na comparação entre os primeiros oito meses de 2008, as exportações para o Mercosul passaram de US$ 1,034 bilhão em 2007 para US$ 1,637 bilhão, alta de 58,41%. As importações também apresentaram forte aceleração: de US$ 686 milhões para US$ 1,064 milhões, elevação de 55,03%. O saldo do Paraná com os países do bloco até agora é de US$ 573 milhões.

Para os países formadores do bloco – Argentina, Paraguai e Uruguai -, o Paraná tem destaque em vendas de automóveis, máquinas para colheita, adubos ou fertilizantes, tratores e acessórios para o setor automobilístico. Já as maiores compras do Estado no bloco dos países vizinhos foram automóveis, trigo, milho, trigo e azeitonas.

De 2003 a 2008, o Paraná promoveu 48 missões comerciais, entre encontros no exterior ou missões recebidas no Estado. O governo estadual tem como planejamento estratégico a formação da chamada “cultura exportadora” no empresário local. Levantamento da Secretaria de Estado da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul aponta que 80% das empresas paranaenses participantes das missões tiveram ajuda do governo em seus primeiros contatos.

Produção de grãos – O novo levantamento sistemático da produção agrícola nacional, divulgado segunda-feira (08) pelo IBGE, confirma a posição do Paraná como o maior produtor de grãos do país. Responsável por 21,1% da produção nacional, com 31,32 milhões de toneladas de grãos, o Estado está à frente de grandes produtores como Mato Grosso (19,7%), do Rio Grande do Sul (15,6%), e de Goiás (9,1%).

Enquanto o Brasil teve um crescimento de 9% em relação à safra passada, passando de 133,1 milhões de toneladas para 145,1 milhões de toneladas, o Paraná registrou um aumento de cerca de 5,7%, de 29,6 milhões de toneladas para 31,32 milhões de toneladas.

Para o secretário da Agricultura, Valter Bianchini, esta posição deverá se manter também na safra 2008/09, uma vez que os primeiros levantamentos apontam um crescimento de 2,7% em relação à safra 07/08 só com a produção de grãos de verão.

“Nesta safra o Mato Grosso produziu pouco menos que o Paraná, mas para a próxima vai ter dificuldade para ampliar sua área em função dos custos de insumo e da logística de fretes, o que favorece o Paraná a continuar na liderança”, explica o secretário.

A área plantada deverá alcançar 5,68 milhões de hectares, uma leve alta de 0,6% em relação à área cultivada no ano passado, que foi de 5,64 milhões de hectares.

Conforme o IBGE, o Paraná é líder na produção de milho, trigo, feijão da primeira safra e o segundo maior produtor de soja do País. A colheita de milho safrinha está em andamento e a estimativa de safra aponta para uma produção de 5,5 milhões de toneladas que, somando ao milho da 1ª safra, pode chegar a um volume de 15,21 milhões de toneladas.

Trigo – A produção de trigo também foi reavaliada. A área plantada foi maior do que a esperada, passando de 1,09 milhão de hectares na previsão anterior para 1,11 milhão de hectares na estimativa atual. O clima favoreceu o aumento da produtividade e a produção tende a ser elevada para 2,9 milhões de toneladas, que é 2,4% acima da estimativa anterior e 50% maior em relação à produção do ano passado, quando foram colhidas 1,92 milhão de toneladas no Estado.

Soja – A produção de soja, também já concluída, é recorde e resultou num volume de 11,9 milhões de toneladas, um ligeiro acréscimo de 0,2% sobre a produção do ano passado que foi de 11,87 milhões. O Paraná é o segundo maior produtor do grão (19,8% da produção nacional). Só perde para o Mato Grosso, que responde por 29,8% da produção.

FEIJÃO – A produção nacional de feijão, considerando as três safras do produto, é estimada em 3,5 milhões de toneladas. Enquanto na primeira e na segunda safra foi registrada redução nos Estados de Pernambuco, do Piauí, do Rio de Janeiro, da Bahia e do Mato Grosso do Sul, com quedas entre 4% a 15%, o Paraná teve variação positiva.

O volume colhido foi 1,5% em relação ao ano passado em função da expansão de 40% na área plantada. Foram colhidas 769 mil toneladas de feijão, produção recorde para o período no Paraná.

Café – Enquanto a avaliação para a produção nacional de café indica uma colheita de 46,3 milhões de toneladas, no Paraná a expectativa é de uma produção de 149 mil toneladas, que corresponde a um aumento de 53% sobre a produção do ano passado, que foi de 97.389 toneladas.

Na avaliação do secretário Valter Bianchini, o clima favorável durante o desenvolvimento da safra e os bons preços que os principais produtos agrícolas vêm atingindo no mercado estão impulsionando o aumento de área plantada. “Aliado a esse fator, o aumento de tecnologia nas lavouras está produzindo uma safra recorde que, com certeza, vamos repetir na safra 2008/09”, destacou o secretário.