Redação (28/08/2008)- O período de vazio sanitário da soja no Paraná termina no dia 15 de setembro, medida adotada pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento para reduzir os focos da ferrugem asiática, doença que provoca prejuízos econômicos às lavouras.
Até lá, o produtor deve manter a área sem qualquer tipo de plantio de soja ou restevas das plantas.
Para o plantio de soja da safra 2008/09, a Secretaria da Agricultura alerta o produtor para que atenda a recomendação da pesquisa para o período ideal de plantio, que no Paraná inicia a partir de primeiro de outubro na maioria dos municípios.
O secretário Valter Bianchini destaca a importância de seguir as medidas recomendadas pela pesquisa para que os grãos produzidos no Paraná possam atingir um bom nível de qualidade que se deseja para o Estado.
“O vazio sanitário da soja dará boa base para que os produtores possam seguir também as recomendações do Manejo Integrado de Pragas (MIP), projeto que visa reduzir a aplicação de agrotóxicos nas lavouras”.
Segundo Bianchini, esse projeto já está na fase de treinamento dos técnicos em todo o Estado para que eles possam orientar os produtores para que deixem de fazer aplicações de agrotóxicos desnecessárias nas lavouras.
O Paraná adotou o vazio sanitário para o plantio de soja este ano pela primeira vez. Ele está em vigor desde 15 de junho quando foi recomendado que o agricultor destruísse quaisquer remanescentes de plantas de soja e suas restevas no campo.
A iniciativa é uma medida sanitária que visa o controle da Ferrugem Asiática. Com a eliminação das plantas vivas, elimina-se também o hospedeiro da doença, explicou a engenheira agrônoma, Maria Celeste Marcondes, responsável pela área de Sanidade de Grandes Culturas.
Em dois meses de vigência, o Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária (Defis) fez 23 autuações a produtores que ainda tinham plantas remanescentes nas propriedades, em um total de 1.352 hectares de área.
A engenheira agrônoma do Defis avaliou que o número de autuações foi mínimo, o que significa que o produtor paranaense atendeu ao chamamento de respeitar o período do vazio sanitário em benefício dele mesmo.
“Com isso, certamente atingiremos o objetivo que é o de reduzir a incidência de focos da ferrugem asiática para a próxima safra”, afirmou.
Conforme a técnica, com essa medida espera-se retardar o aparecimento da doença e não ter focos da ferrugem tão cedo.
“O importante é atrasar cada vez a incidência de focos para que os fungos se proliferem menos durante o ciclo da cultura”, explicou.
De acordo com a Embrapa Soja, em Londrina, desde que os Estados produtores de soja adotaram a medida de controle da ferrugem asiática por meio do vazio sanitário, a aplicação de fungicidas nas lavouras manteve-se numa média estável de duas aplicações por hectare.