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Valorização dos grãos impulsiona venda de sementes certificadas

<p>A próxima safra de verão brasileira contará com um nível de tecnologia mais elevado em virtude dos bons preços dos grãos no mercado internacional, que impulsionaram o consumo de sementes de maior qualidade.</p>

Redação (29/07/2008)- O resultado só não é melhor porque o custo com fertilizantes cresceu muito no último ano. Especialistas estimam que são necessários 1,2 sacos de sementes (50 quilos) para cobrir um hectare de soja.

De acordo com a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), no Rio Grande do Sul, o uso de sementes certificadas deve passar de 17% da safra total para 35% neste ano, um aumento de 105%. Na safra passada, o estado destinou 7,3 milhões de hectares para os grãos, segundo a Conab. No Paraná, as sementes certificadas deverão ocupar 70% das lavouras, ante os 55% de 2007, um incremento de 27%. Em 2007, 8,4 milhões de hectares foram utilizados para o plantio de grãos na região, segundo a estatal.

"O aumento das pragas nas lavouras levou os produtores a adotar sementes de maior qualidade para evitar grandes perdas. Com esse insumo de qualidade, a produtividade pode crescer em até 30%", calcula Iwao Miyamoto, presidente da Abrasem. Ele explica que as sementes piratas trouxeram de volta o mofo branco na soja, que estava controlado havia muitos anos.

Miyamoto explica que há dez anos, o Rio Grande do Sul chegou a utilizar 95% de sementes piratas. Para ele, os produtores perceberam que um produto de garantia oferece assistência técnica. "As lideranças agrícolas estão influenciando essa mudança porque perceberam que esse detalhe faz diferença".

No caso do Mato Grasso, a utilização de sementes de qualidade passe de 90% para 94% neste ano. O número está em linha com o crescimento de área, que deverá passar de 5,4 milhões de hectares para 5,6 milhões de hectares, segundo estimativas do setor. Elton Ramer, da Associação dos Produtores de Sementes do Mato Grosso, explicou que o estado sempre teve um índice elevado no uso de sementes certificadas. Mas explicou que o custo com o insumo deverá crescer neste ano.

"As sementes estão maiores, o que significa um maior volume para cobrir uma mesma área. Por isso, o custo deverá crescer uns 10% neste ano com esse insumo" revela Elton Ramer, da Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat). O aumento do custo com adubos neste ano deverá reduzir a produtividade no estado, mas disse que ainda é difícil calcular o impacto, diz Ramer.

No caso do milho, Paulo Pinheiro, diretor da Agromen Tecnologia, subsidiária da Dow Agrosciences, explica que a empresa já comercializou 25% do total ofertado para a próxima safra. Mas por questões estratégicas não divulgou quanto. "No caso do milho, o que elevou o consumo foi o preço e a internacionalização do mercado. O produtor está se tornando mais profissional", explicou.

Para o cultivo do milho de verão, são necessários 1,09 sacos de sementes por hectares. No caso do safrinha, a proporção cai para um saco em cada 1,2 hectares.