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Países se unem contra aftosa

<p>Brasil, Venezuela e Guiana estão reunidos desde ontem, discutindo estratégias e procedimentos conjuntos.</p>

Redação (03/07/2008)- Decididos a erradicar a febre aftosa em seus respectivos territórios, autoridades nacionais e técnicos de Roraima (Brasil), Venezuela e Guiana estão reunidos desde ontem, discutindo estratégias e procedimentos conjuntos. A abertura do encontro tripartite aconteceu na manhã de ontem, no Salão Nobre do Palácio Senador Hélio Campos.

Em discurso, o governador Anchieta Júnior (PSDB) disse que erradicar a doença é prioridade, principalmente porque a pecuária é uma das atividades mais importantes na economia do Estado. Falou sobre a necessidade de se cadastrar o rebanho bovino porque os números variam de 500 mil a um milhão de cabeças.

Em razão das medidas de controle sanitário nos três principais eixos de acesso ao Estado (Manaus, Bonfim e Pacaraima), ele tem a expectativa de que no próximo ano o Estado poderá comemorar a saída de alto risco para o status de médio risco com vacinação.

O governador anunciou que o Estado investe R$ 1,4 milhão na implementação da Agência de Defesa Agropecuária, criação de oito pólos em municípios estratégicos, cadastramento rural e para fomentar de forma definitiva os incentivos ao setor pecuário do Estado. Daí – disse ele – a necessidade de ampliar a integração que temos com Venezuela e Guiana.

"O fato de a última notificação de febre aftosa ter ocorrido sete anos atrás e ainda não termos saído da condição de alto risco, se deveu à falta de interlocução com o Governo Federal. Agora, com a criação da Agência de Defesa, a vinda de autoridades do Governo Federal, a parceria do Ministério da Agricultura e a nova política conduzida pelo secretário Rodolfo Pereira num trabalho a quatro mãos, acredito que até o final do ano sairemos dessa categoria de alto risco, para o médio risco", declarou Anchieta Júnior.

No entendimento do secretário estadual de Agricultura, Rodolfo Pereira, o encontro que aqui se realiza propicia condições para o debate de forma internacionalizada no que diz respeito a febre aftosa. Com isso, o Estado pode se transformar no centro das discussões. "Estamos entre as maiores autoridade brasileiras, venezuelanas e guianenses em defesa da agropecuária".

Para ele, Roraima ainda não se livrou da febre aftosa por falta de infra-estrutura de comprovação e acompanhamento de isenção da doença. Particularmente acredita que o Estado seja livre de febre aftosa sem vacinação. "Na ausência de infra-estrutura, técnicos em número suficiente para atuar e provar para o Ministério da Agricultura e o Centro Pan-americano de Controle da Febre Aftosa, ficamos nessa condição", declarou Rodolfo Pereira.

Dos mais conhecidos pecuaristas do Estado, J. Lopes participou da abertura do encontro e disse que o setor produtivo hoje estava feliz por ver que o governo agora trabalha para erradicar a febre aftosa. "Como disse o governador, esse trabalho a quatro mãos que permitirá a erradicação da doença. É importante destacar o papel do secretário na condução desse trabalho", comentou.

De acordo com o chefe do Departamento de Defesa Animal do Ministério da Agricultura, Jamil Gomes de Souza, a febre aftosa chegou ao Brasil em 1870 e hoje se constitui na doença de maior impacto no comércio de produtos agropecuários. O programa de combate à doença começou no início da década de 90, com a estratégia de evoluir da região Sul para a região Norte.

"No caso de Roraima, o Brasil pensava em Estado livre sem vacinação. Ponta de lança para atender mercados importantes como a Venezuela e a região do Caribe. Mas, para que esses mercados se abram precisamos dar as garantias sanitárias que eles exigem. Entretanto, os esforços envidados naquele momento não foram suficientes para sensibilizar o governo de que era importante o Estado ser livre de aftosa sem vacinação. Por isso, o Estado saiu da condição de médio risco no final da década de 90, para o status de alto risco. Agora, novamente o programa está direcionando todos os esforços para a região Norte", declarou Jamil de Souza.