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Entidades condenam as restrições oficiais para importação de milho

<p>Elas também alertam sobre as consequências para o consumidor final.</p>

Redação (29/11/2007)-  Impacto no preço dos produtos para o consumidor, comprometendo a contribuição que os segmentos de suínos, aves e ovos têm dado para a estabilidade monetária; redução da competitividade no mercado externo, onde as aves ocupam uma sólida liderança e a carne suína é o quarto maior exportador, devendo produzir este ano cerca de 1,5 bilhões de dólares em divisas para o país; comprometimento do nível de emprego atual e do crescimento projetado das cadeias produtivas mencionadas. Este é o resumo das prováveis conseqüências da manutenção da proibição de importação de milho vigente no país, face os altos preços alcançados pelo insumo, que é atualmente comprado pelos produtores de aves e suínos dos Estados Unidos pela metade do preço pago no mercado brasileiro hoje.

Reuniram-se em torno do encaminhamento de um pedido ao governo solicitando a urgente liberação da importação de milho, a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), a União Brasileira da Avicultura (UBA), o Sindicato das Indústrias Produtoras de Rações (SINDIRAÇÕES) e a Associação da Indústria Produtora e Exportadora de Suínos (ABIPECS). Para o Presidente da ABCS, Rubens Valentini, que também preside a Câmara Setorial de Suínos e Aves, "é indispensável adotarmos uma visão estratégica responsável para o setor, que preserve a competitividade e a sustentabilidade dos negócios". Para ele, o fundamental é perceber que "quem vai acabar pagando essa conta são os consumidores brasileiros e a estabilidade monetária, já que no universo das proteínas de origem animal as carnes de aves e de suínos têm desempenhado um papel vital na contenção dos preços".

O Brasil ocupa posição de liderança mundial na tecnologia e na qualidade e de produção de carnes de aves e suínos. E o consumidor brasileiro se beneficia há anos dos progressos constantes do setor, que oferece uma variada gama de produtos a preços não só acessíveis como socialmente desejáveis. Em função disto, o consumo per capita de carne vem crescendo continuamente, no Brasil, ao longo dos anos. E foi nesse contexto que um desses produtos – o frango – chegou a ser apontado como "âncora" da estabilização monetária brasileira.
O fato é que o atual quadro de mercado dos insumos, em especial o milho, inverteu a tradicional vantagem comparativa do Brasil na produção daquelas proteínas de origem animal. Hoje, o produtor de carnes brasileiro paga exatamente o dobro do valor pelo mesmo milho comprado pelos produtores norte-americanos, seus principais concorrentes no mercado internacional. Mantida a proibição de importação, o resultado desta conta acabará inevitavelmente sendo pago pelo consumidor brasileiro, que arcará com preços consideravelmente mais altos.
As entidades destacaram que a perda de competitividade externa das carnes de aves e suínos ameaça seriamente as duas cadeias produtivas que, em conjunto, respondem por mais de 4,0 milhões de postos de trabalho. A confirmação desse quadro deverá colocar em risco a manutenção de mercados duramente conquistados e que, em última análise, sustentam uma malha de emprego e renda no Brasil de importância cada vez mais capital.

Toda essa situação é conseqüência direta da impossibilidade do Brasil importar livremente milho para rações animais. As dificuldades nesse sentido foram reforçadas pelo volume exportado do insumo pelo país, que bateu a marca de 9 milhões de toneladas em 2007. Em função dessa realidade, as entidades acreditam que mesmo a preços excepcionalmente altos tanto a suinocultura quanto a avicultura poderão até mesmo ser obrigadas a conviver com o desabastecimento. Os organismos ressaltam, que, no entanto, essa situação pode ser rapidamente revertida, caso o governo libere a importação de milho.