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Preço do milho garante boa lucratividade em Londrina (PR)

<p>A redução nas exportações do milho americano abriu espaço para o produto brasileiro.</p><p></p><p></p>

Da Redação 22/10/2007 – A boa maré nos preços do milho continua. No Paraná, a média dos últimos dias é de R$ 23,00/sc. O mercado, segundo a economista Gilda Bozza, da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), ainda sofre influências do anúncio do presidente americano George W. Bush, em outubro de 2006, de investimentos no cultivo do grão para a produção de energia alternativa (etanol).

A redução nas exportações do milho americano abriu espaço para o produto brasileiro. Dados de julho/agosto apontam que já partiram para o mercado externo 3.075 milhões de toneladas (t). "A meta para este ano é exportarmos 8 milhões de t.", informa Gilda. Mesmo com os prognósticos favoráveis, ela prefere não estender a garantia de bons preços para muito tempo. "O milho tem um mercado muito sensível e pode ser afetado por inúmeras razões".

Como exemplo da volatilidade do mercado do milho a economista da Faep cita que ele está atrelado aos preços da Bolsa de Chicago, além de interagir com os mercados da soja e do trigo, por integrarem o grupo de farelos protéicos para produção de ração animal. Como exemplo, ela cita que a pressão do mercado exercida nos últimos dias sobre o preço do trigo provocou uma queda no valor pago pelo milho. "Esta semana (passada), o preço do milho varia entre US$ 8,45 a US$ 8,50. No dia 29 de setembro o registro era de US$ 9,81/ saca, o maior preço alcançado pelo grão".

Na semana retrasada, dia 12 de outubro, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou uma revisão na estimativa da safra norte-americana para a safra 2007/08. Gilda destaca que houve uma redução na produtividade – de 9.768 kg/hectare (ha) para 9.699 kg/ha, e um aumento no volume total de produção, de 338 milhões de toneladas para 338,3 mi/t. "Essa revisão da safra americana também derrubou os preços. Já na sequência, o anúncio de alta no preço do petróleo elevou novamente a cotação do grão", completa.

Em Londrina, a média de preço do milho na semana passada foi de R$ 18,80 por saca, com mercado estável. Na região de Carlópolis, o milho ficou em R$ 23,00/saca. Segundo o técnico Claudinei Vieira, da Cooperativa Capal, na região o mercado especulativo levou o preço do produto para R$ 27,00 a R$ 28,00/saca. "Foram vendas localizadas e em pequenas quantidades", pondera. O plantio da safra brasileira 2007/08 está atrasado devido à estiagem dos últimos meses.

O economista Otmar Hubner, do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), informa que foi semeado apenas 59,4% da área contra 75,3% no mesmo período do ano passado. Mesmo com as chuvas da última semana em praticamente todas as regiões produtoras, na de Cornélio Procópio o quadro é preocupante. "As chuvas foram mais escassas e já está terminado o prazo de plantio de milho", afirma.

Até setembro havia a previsão de um aumento de 4,2% na áreas em todo o estado, passando de 1,32 milhão para 1,38 milhão de hectares. "As chuvas intensificaram o plantio, mas é provável que não se atinjam as estimativas", alerta. Gilda Bozza, da Faep, destaca ainda que a produção mundial de milho foi prjetada em 768,9 milhões de toneladas para um consumo final de 763,6 milhões de t. "O estoque final é baixo".