Redação SI (24/08/07) – As exportações mato-grossenses de carne suína deverão crescer 16,98% em um período de dois anos – até 2009 – segundo projeções feitas ontem (23/08) em Cuiabá pelo diretor de Mercado Externo da Associação Brasileira de Produtores Exportadores de Carne Suína (Abipecs), Rui Vargas. Segundo ele, as exportações deverão saltar de US$ 25,43 milhões, em 2007, para US$ 29,75 milhões, em 2009.
O volume exportado passará de 13,31 mil toneladas para 15,23 mil toneladas nos próximos dois anos, com incremento de 14,42% no período. O número de matrizes crescerá 9,8%, saltando das atuais 107,48 mil para 118 mil até 2009. No ano passado Mato Grosso exportou 11,72 toneladas de carne, totalizando comercialização de US$ 23,73 milhões.
Os números foram apresentados por Rui Vargas durante a palestra “Mercado e barreiras sanitárias”, proferida no Seminário de Gestão do Programa Nacional de Sanidade Suídea, um dos eventos da 2ª Bienal de Negócios da Agricultura, que se encerra hoje, no Centro de Eventos do Senar.
Vargas informou que o Brasil é o quarto produtor mundial de carnes suínas, com um volume de 2,91 milhões de toneladas em 2006 e previsão de chegar a três milhões de toneladas este ano.
No ano passado o País exportou 580 mil toneladas e, em 2007, deverá chegar a 700 mil toneladas, com incremento de 20,68%.
Segundo Rui Vargas, o Brasil está buscando a abertura de novos mercados e, no momento, como prioridades a União Européia, Japão e México. A Rússia é principal parceiro comercial do Brasil, respondendo por 60% das exportações de carne suína.
Abertura:
De acordo com Maristela Vicente Correa, responsável pelo Programa Estadual de Sanidade Suídea do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), existe a possibilidade da abertura de novos mercados também para Mato Grosso nos próximos anos, a partir da visita que os técnicos da União Européia farão ao Estado no mês de outubro. A Rússia é também o maior comprador da carne suína mato-grossense. No ano passado 94% das vendas foram feitas para os russos.
“A nossa expectativa é de que novos mercados sejam abertos para a carne suína em função da qualidade, do alto padrão de sanidade e dos cuidados que os produtores vêm tomando para manter o rebanho livre de qualquer doença”, lembra Maristela Corrêa.
Segundo informações da Superintendência Federal da Agricultura, Mato Grosso mantém por oito anos consecutivos o status de área livre de peste suína clássica – o terror dos suinocultores – e a perspectiva em termos sanitários é a melhor possível.
Em Mato Grosso são 11 granjas certificadas pelo selo GRSC (Granjas Suínos Certificadas), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), uma espécie de garantia de qualidade do serviço de inspeção federal.
Privilegiada:
De acordo com os técnicos do órgão, a situação privilegiada de Mato Grosso na área sanitária coloca o Estado em uma posição de destaque para futuras exportações. Com um plantel de 107,48 mil matrizes, Mato Grosso é um dos poucos Estados sem qualquer restrição na área da suinocultura. “Podemos vender para qualquer país do mundo. As portas estão abertas para nós”, frisa Maristela Corrêa.