Redação (13/06/07) – Resta apenas R$ 1 bilhão a ser contratado até o fim desse mês, com o término do ano safra. Nos últimos 11 meses, de julho a maio, a instituição já liberou R$ 32 bilhões em operação de crédito agrícola, valor de 18,9% maior que o desembolsado na safra anterior (R$ 26,9 bilhões), informou o diretor-executivo da diretoria de agronegócio da instituição, Ricardo Pissanti Júnior. "As compras antecipadas de insumos para a próxima safra contribuíram bastante a expansão das operações (no final dessa safra)’’, disse Júnior. Segundo ele, para essa operação o Banco do Brasil conseguiu superar o valor previsto em R$ bilhão. "Existe uma pulverização grande para a soja e milho, principalmente a soja’’, disse Pissanti.
Existem controvérsias em relação ao valor do endividamento do campo, conforme antecipou esse jornal na edição dessa terça-feira (12-06). Os produtores rurais acreditavam que a dívida rural seria um dos principais empecilhos que poderiam inviabilizar as contratações de crédito neste ano.
Para Homero Pereira, presidente da Comissão Nacional de Endividamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), uma parte significativa dos R$ 32 bilhões contratados até agora pode ter sido absorvida pela a cana para atender o "boom’’ do mercado de etanol. "O setor de grãos não teria a capacidade de absorver todos esses recursos’’, disse Pereira que é também parlamentar. Acrescentou que "o cenário de dívidas no campo não mudou".
Além disso, o parlamentar acrescenta que as contratações de crédito devem ter sido puxadas pelos recursos para a comercialização dos produtos a fim de reduzir os efeitos da depreciação do dólar ante o real na receita do campo. O dirigente da CNA enfatiza que os recursos de R$ 32 bilhões são insuficientes diante da demanda do campo de R$ 100 bilhões anuais para a produção.
Notícias Relacionadas
Diante de um cenário internacional positivo para os preços das commodities agrícolas e do mercado de etanol, as compras de fertilizantes até maio já estão 57,4% superior aos primeiros cinco meses de 2006, atingido 7,4 milhões de toneladas, segundo dados preliminares da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). O diretor-executivo da Anda vê uma reação positiva das compras antecipadas de fertilizantes, principalmente entre abril e maio. "Há uma antecipação de um milhão de toneladas de fertilizantes, o equivalente a R$ 600 milhões neste ano, feita através principalmente pelas tradings’’, diz.
