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Bispo critica agronegócio e diz que país precisa saldar "dívida histórica"

<p>Parte do calendário de mobilização dos movimentos sociais, dom Pedro Luiz Stringhini, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, celebrou a Missa do Trabalhador, ontem (1), na Catedral da Sé, na capital paulista. Durante o sermão, foram feitas duras críticas à expansão do agronegócio.</p>

Redação (02/05/07) – O bispo disse que o país clama por reformas – política, trabalhista e previdenciária – que assegurem trabalho, dignidade e cidadania. "É momento de saldar uma dívida histórica que tem prejudicado a vida dos trabalhadores e o desenvolvimento sustentável da nação", afirmou o religioso, em seu sermão, que segundo ele ressalta uma mensagem da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aos trabalhadores. Para ele, o Estado deveria estimular "obras públicas que visassem a construção de casa populares, hospitais, creches, escolas, universidades, estradas, além de recompensar os que preservam o meio ambiente por meio de plantio de árvores, reaproveitamento de material reciclável e outras iniciativas". Dom Pedro Luiz Stringhini acredita que os movimentos sociais possuem um papel essencial na cobrança destas demandas. "Os movimentos sociais têm a tarefa de organizar a sociedade, formando a consciência cidadã mobilizadora, de modo a pressionar, dentro dos limites da lei, o poder público, a fim de que o mesmo venha a implementar políticas públicas em favor dos mais pobres, marginalizados e desempregados." Ele expressou também sobre o papel da Igreja Católica dentro da sociedade. "A Igreja deve estar solidariamente ao lado dos marginalizados, especialmente por meio das pastorais sociais, ajudando o povo, à luz do evangelho, a superar as situações de exclusão social". Também no sermão, Stringhini fez críticas ao avanço do agronegócio ("as monoculturas de cana-de-açúcar, do eucalipto, da soja, as pastagens na Amazônia") em detrimento da agricultura familiar. "A cultura da cana-de-açúcar, hoje mais valorizada, agora em vista da expansão do etanol, tem apresentado efeitos nefastos." Segundo o bispo, outras preocupações são "o aquecimento global e a degradação ambiental, produzida por queimadas, derrubadas, poluição das águas, a lentidão da reforma agrária, que teria avançado ainda menos não fossem os movimentos sociais organizados que pressionaram o poder público e a corrupção nos altos escalões, que gera indignação e violência, devido ao mau exemplo dos que foram revestidos de autoridade para legislar e para fazer justiça".