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<p>Perspectivas do mercado de suínos foi o tema da palestra do presidente da Abipecs, Pedro Camargo Neto, no Painel Conjuntural da AveSui Regiões.</p>

Redação SI (11/04/07) – A fragilidade da estrutura sanitária brasileira é hoje o principal obstáculo para o avanço da participação da suinocultura brasileira no mercado internacional. Competitiva e altamente tecnificada, a atividade suinícola nacional reúne todas as condições para atender aos mais exigentes compradores mundiais de carne suína, como os países da União Européia e o Japão. Para isso, no entanto, é imprescindível que os governos federal e estaduais tratem a questão sanitária com a atenção que o agronegócio brasileiro merece.

A opinião acima é do presidente da Associação Brasileira das Empresas Produtoras e Exportadoras de Carne Suína (Abipecs), Pedro Camargo Neto. Ele foi um dos palestrantes do Painel Conjuntural, realizado ontem (10/04) na AveSui Regiões.

Na opinião de Camargo, a suinocultura brasileira também é prejudicada por estar atrelada ao circuito pecuário. "Não acessamos mercados importantes como o mexicano, chileno, europeu e japonês, por conta da aftosa", afirma. "Chegamos ao paradoxo da União Européia não comprar carne suína devido à aftosa, mas importar carne bovina do Brasil, setor que originou os focos da doença", comenta.

Segundo o presidente da Abipecs, a suinocultura brasileira só conseguirá atingir os principais mercados mundiais quando conseguir demonstrar sua condição sanitária. "É absolutamente fundamental que a confiabilidade do setor suinícola seja reconhecida no cenário internacional", opina.

Sem vacinação – Nesse sentido, Camargo destaca como grande conquista o reconhecimento de Santa Catarina como zona livre de aftosa sem vacinação pela OIE. "O Brasil passa a ter uma região com condição sanitária diferenciada, o que é muito importante", afirma. "Não significa que vamos abrir amanhã novos mercados. Mas é um passo muito importante, esse reconhecimento pode nos abrir portas, pode nos ajudar a acessar novos compradores", completa.

Segundo o presidente da Abipecs, a experiência brasileira no mercado internacional de carne suína ainda é muito recente e parte dos problemas que o setor suinícola enfrenta hoje no mercado externo pode ser creditada a esse fato. "A própria relação com o mercado russo nos mostra isso", diz Camargo, que considera a Rússia um destino "complicado, de pouca transparência e compreensão".

Camargo falou também sobre o momento atual da suinocultura brasileira. Segundo ele, o mau momento pelo qual passa o setor é reflexo do bom período vivido pela suinocultura brasileira nos últimos três anos. "Em ano bom para a atividade tanto a indústrias quanto os produtores aumentam a produção", afirma.