Redação (22/03/07) – Em comunicado, as empresas informaram que pretendem investir US$ 1,5 bilhão em pesquisas e ações de marketing. A expectativa é que as primeiras sementes cheguem ao mercado em 2010.
Já as variedades de milho resistentes à seca – o produto mais esperado hoje por produtores em todo o mundo – deve levar mais tempo para chegar ao mercado, informou a Monsanto. Analistas do setor não acreditam que uma semente do tipo chegue ao mercado antes de 2012, quando se espera que mais de um quarto da produção global seja destinada à indústria de etanol.
As duas gigantes têm como meta desenvolver sementes que ofereçam produtividade 20% superior às variedades encontradas atualmente no mercado, aliviando dessa forma a pressão crescente sobre a produção global de alimentos devido à expansão dos biocombustíveis. "O verdadeiro dilema da próxima década é como produzir mais com menos", reiterou Hugh Grant, presidente da Monsanto.
O aumento da população global colide com a redução da área para agricultura no mundo, escassez de água e mudanças climáticas – fatores que associados à crescente demanda por grãos para biocombustíveis reduzem a oferta global de alimentos.
Pelo acordo, as empresas administrarão de forma conjunta um banco de genes para o desenvolvimento das pesquisas de plantas resistentes a doenças e manterão programas individuais de pesquisa. Cada uma indicará genes que considerarem de maior interesse para novas sementes e as pesquisas para criar a variedade comercial ficarão à cargo da Monsanto. A americana também será responsável pela comercialização dos produtos e receberá 60% dos lucros líquidos obtidos com as vendas.
Para os dirigentes da Monsanto e da Basf, a joint venture permitirá que mais projetos de pesquisa sejam realizados, aumentando o número de novas características introduzidas nas sementes lançadas no mercado. "Estamos entusiasmados com a colaboração com a Monsanto, que é uma parceira forte e com recursos excepcionais", disse Peter Oakley, membro do conselho administrativo da BASF.
A parceria firmada entre Monsanto e Basf ocorre após acordos semelhantes firmados entre suas concorrentes. No ano passado, a anglo-suíça Syngenta formou uma joint venture com a americana DuPont para licenciar códigos genéticos de sementes de milho e soja a produtores americanos de sementes.
O plantio de transgênicos multiplicou-se por 60 nos últimos dez anos, puxado pelos EUA, segundo o Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA).