Redação (26/02/07) – O estado de Santa Catarina busca incessantemente o reconhecimento de organismos internacionais como “área livre de Febre aftosa Sem Vacinação”, status sanitário que colocará o estado no competitivo mercado mundial de carnes, com a comercialização para países da Europa, EUA e Asia, obtendo com isso maior valor agregado aos produtos Catarinenses.
A Cidasc, órgão responsável pela Defesa Sanitária Animal estadual por delegação do Mapa, vem desenvolvendo ao longo dos últimos anos, ações e investimentos que visam num primeiro momento a manutenção do status de área livre sem vacinação reconhecido pelo Ministério da Agricultura do Brasil . Estas atividades são desenvolvidas em todo o estado com a preocupação de específica de evitar o ingresso do vírus da Febre Aftosa e outras doenças de importância econômica. O governo do Estado e outras entidades privadas, vêm investindo na melhoria dos Postos de fiscalização sanitárias nas fronteiras com os estados do Paraná e Rio Grande do Sul e Argentina para maior efetivação no controle de ingresso de produtos e animais; melhoria na estrutura dos escritórios locais de atenção veterinária; contratação de veterinários e auxiliares para ampliação da vigilância sanitária ,educação sanitária e atendimento a propriedades com animais .
Na área de laboratórios, destaca a reestruturação do Laboratório Cedisa, sendo a partir de agora gerido por uma OSCIP, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, com estrutura própria, vinculado por credenciamento ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, conveniado a Cidasc e Embrapa.
Na base física, o Cedisa sofreu uma ampliação para 700 metros quadrados, trazendo mais conforto e qualidade aos trabalhos e laboratoristas. O Cedisa está em busca do ISO 17025, específico de laboratórios, exigindo qualidade e consultoria. A ampliação se dá ainda no aspecto de atendimento, com maior demanda no atendimento de sorologias e mudanças no quadro de funcionários, com contratação de duas médicas veterinárias para dar suporte para os profissionais de campo, treinamento do Recursos Humanos, desenvolvimento e consolidação no processo de qualidade.
A gerente técnica e de qualidade do Cediasa, Lauren Ventura, destaca que até o final do mês de fevereiro, toda a estrutura no novo local, deverá estar em pleno funcionamento, auxiliando as demais entidades e órgãos na defesa sanitária de Santa Catarina. O Cedisa atende os país inteiro, principalmente nos estados com maior produção de suínos e aves.
Fundamental para dar suporte financeiro para indenizações no caso da presença de focos de doenças de importância econômica e de saúde pública, Santa Catarina possui o FUNDESA, Fundo Estadual de Sanidade Animal, onde fazem parte 19 entidades públicas e privadas e recursos oriundos do recolhimento de taxa de vigilância sanitária, Guia de Transito animal,governo estadual e outra entidades.
Outra ação tem a colaboração do setor produtivo, com órgãos públicos e privados é na substituição e construção de novos espaços para as barreiras sanitárias, trazendo maior conforto e segurança aos barreiristas e conseqüentemente, protegendo melhor o Estado.
Somente a suinocultura, que exporta cerca de 300 mil toneladas/ano, através de agroindústrias, poderá faturar US$ 1 bilhão a mais, calcula o ex-secretário da Agricultura e diretor da Sadia, Felipe Luz. Isto porque, hoje, SC ganha US$ 1,5 mil por tonelada de carne suína e passaria a vender por cerca de US$ 3,5 mil nos mercados da Europa e do Japão. Os criadores de bovinos também poderão faturar mais com a venda de animais e carnes.
Mas para obter esse status, que será avaliado na reunião da OIE em maio, o Estado precisa identificar todos os animais, as propriedades e ser rigoroso nas barreiras para impedir a entrada de animais vivos e carne com osso de outros estados. Um obstáculo é a situação sanitária precária de alguns.
De acordo com o responsável pela Defesa Sanitária Animal da Cidasc de Concórdia, José Aníbal Dambrós, todas estas ações e os investimentos realizados no território catarinense será levado á apreciação da Organização Mundial De Saúde Animal (OIE), na sua reunião anual que será realizado no dia 25 de maio de 2007, na França, defendendo junto aos países membros da OIE, o reconhecimento internacional de ÁREA LIVRE DE FEBRE AFTOSA SEM VACINAÇÃO.