Redação (19/01/07) – Práticas agroecológicas podem proporcionar não só a preservação do meio ambiente, mas também economia e geração de renda. Isso é o que produtores rurais do assentamento Pirituba, em Itapeva (SP), descobriram com a implantação de um biodigestor.
Instalado há um ano na Agrovila três do assentamento, o biodigestor tem capacidade para a produção mensal de mais de 30 botijões de gás. Além de abastecer os fogões, o gás é utilizado no aquecimento de água para banho, substituindo os chuveiros elétricos.
Na casa de Claudinéa Monteiro do Amaral, a economia foi significativa. Só com energia elétrica, a gente gastava R$ 50 por mês. Agora, estamos gastando R$ 27. Fora o gás, que a gente deixou de comprar, explicou. A casa de Claudinéa é abastecida por uma tubulação ligada diretamente ao biodigestor. Por enquanto, são apenas três residências beneficiadas.
Com a instalação de um compressor e a aquisição de recipientes especiais, o que está em negociação com a Unesp, todas as famílias da agrovila poderão ser atendidas. Segundo José Aparecido Ramos, presidente da Coopava, cooperativa que congrega os agricultores da Agrovila 3, os biodigestores fazem parte de um projeto da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Botucatu.
O sucesso da primeira experiência levou os assentados a construírem um segundo biodigestor, que atenderá a cozinha industrial do assentamento. A cada dois dias, o biodigestor gera cem litros de biofertilizante. Com esse insumo produzido a custo zero, os assentados já criaram um campo experimental de plantio agroecológico. A diversidade e a ausência de qualquer produto químico caracterizam a área de aproximadamente quatro hectares onde foi implantado o projeto.