Redação (18/12/06) – A balança comercial da carne suína confirma que as restrições internacionais impostas à carne de Mato Grosso do Sul, em decorrência da confirmação de focos de febre aftosa em outubro do ano passado, causaram fortes perdas à cadeia produtiva de suíno do Estado.
Segundo o relatório, nos primeiros onze meses deste ano depois de os importadores anunciarem embargos aos produtos do Estado MS deixou de exportar pelo menos 21,5 mil toneladas em carne e miúdos de origem suína.
No ano passado, no acumulado de janeiro a novembro de 2005, ou seja, antes de o Estado sofrer as restrições mercadológicas em função da febre aftosa, os embarques de produtos de origem suína de MS totalizaram 27,9 mil toneladas que renderam o equivalente a US$ 48,6 milhões. Considerando-se os diferentes cortes suínos, o preço médio do quilo vendido ao exterior rendeu US$ 1,74.
Já nos onze primeiros meses deste ano, de janeiro a novembro, os embarques sul-mato-grossenses de carne suína rumo ao exterior foram de apenas 6,4 mil toneladas, o que comprova a queda de 77% no volume na comparação com igual período de 2005. O montante exportado rendeu US$ 8,9 milhões à suinocultura do Estado valor 81,5% inferior ao obtido com as vendas nos onze primeiros meses de 2005.
De acordo com o Ministério da Agricultura, de janeiro a novembro deste ano, Mato Grosso do Sul deixou de comercializar, com o exterior, o equivalente a US$ 39,7 milhões em carne suína. Além disso, o volume menor comercializado teve preço reduzido ao patamar médio de US$ 1,40 por quilo. Na prática, os produtores venderam muito menos, por preços ainda inferiores, na comparação com o ano passado.
Exportação nacional As exportações nacionais de carne suína e seus subprodutos também caíram no acumulado de janeiro e novembro deste ano, em relação a igual período do ano passado, mas com ritmo de retração inferior ao verificado em Mato Grosso do Sul o principal afetado pelos embargos.
Nos onze primeiros meses deste ano, as exportações brasileiras de carne suína somaram 953,2 mil toneladas, sendo que de janeiro a novembro do ano passado o volume havia se aproximado de 1,1 milhão de toneladas. A receita das vendas acompanhou o ritmo de queda: de janeiro a novembro de 2005, o volume exportado pelo Brasil rendeu US$ 580,9 milhões, enquanto que, nos onze primeiros meses deste ano, o valor caiu para US$ 484,3 milhões.
Recuperação de mercados Na última terça-feira (12), o maior comprador da carne suína produzida em Mato Grosso do Sul, a Rússia, suspendeu o embargo à carne brasileira, que era mantido desde o ano passado, mas decidiu manter temporariamente o veto à carne in natura, que responde pela maior parcela das vendas de MS e do Brasil. A liberação, apesar de parcial, dá novo ânimo à cadeia produtiva da suinocultura, uma vez que o anúncio sinaliza a reabertura de parcela significativa do mercado comprador de carne suína de MS.