Redação (17/11/06) – As exportações de carne de frango em Santa Catarina aumentaram 22% em outubro, em relação a setembro. Foram enviadas ao exterior 255.892 toneladas do produto, gerando uma receita cambial de US$ 310,4 milhões. Mas se comparado a outubro de 2005, a receita do mesmo mês em 2006 é 11,83% menor.
Para o presidente da Associação Brasileira de Exportadores de Frango (Abef), Ricardo Gonçalves, os indicadores para novembro também deverão ser positivos e as exportações em 2006 podem terminar em 6,63 milhões de toneladas, uma queda de 7,6% em relação a 2005.
Segundo a associação, o desempenho do ano é reflexo da retração de mercados europeus e asiáticos no início do ano, com os focos de gripe aviária. A queda do dólar também refletiu na queda da rentabilidade. O maior importador da carne de frango brasileira é a Ásia, mas houve uma retração de janeiro a outubro de 3,5% no comparativo com o ano passado. Para o Oriente Médio, segundo maior comprador brasileiro, o número é 16% menor do que no mesmo período de 2005.
O presidente do Sindicato dos Criadores de Aves de Santa Catarina (Sincravesc), Valdemar Kovaleski, disse que a baixa remuneração, o vazio sanitário muito alongado, as exigências de novos investimentos e a questão sanitária, que exige melhorias contínuas nos aviários, têm dificultado muito a atividade.
José Rui Goellner, 52 anos, que trabalha com aves desde 1973 no interior de Chapecó, Oeste catarinense, deve encerrar a produção até o fim do próximo ano, porque a agroindústria a qual é integrado exige que o aviário se adeque à prevenção da gripe aviária. Para isso, ele terá que instalar banheiros com dois chuveiros e lajotas vitrificadas, nebulizador para lavagem de caminhão, muro polido, tela fina e fazer várias outras adaptações. O investimento total foi orçado em R$ 35 mil.
Com o juro de 8% ao mês que vem sendo aplicado pelos bancos, não pago o financiamento em cinco anos e aí não vale a pena o sacrifício. Não vou mais trabalhar de graça desabafou o avicultor.
O presidente da Abef disse que esteve em Brasília cobrando a implementação do plano de prevenção da gripe aviária e que, mesmo com a notícia de que não foram detectados focos nos Estados Unidos e Canadá, existe a necessidade de manter a atenção.
Goellner informou que as agroindústrias firmaram compromisso com o Ministério da Agricultura para a prevenção, mas os avicultores não têm apoio governamental para as adaptações e não foram consultados sobre o assunto.