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Rossano defende igualdade entre Norte e Sul do RS

<p>Defender a igualdade de oportunidades entre as metades Norte e Sul do Estado, revisar os acordos do Mercosul, modificar o Fundopem-RS, rediscutir o pacto federativo e defender o direito à propriedade e da produção do agronegócio.</p>

Redação (06/11/06) –  Estas são as bandeiras de luta de Rossano Gonçalves em seu primeiro mandato na Assembléia Legislativa, que inicia no próximo dia 31 de janeiro. Eleito pelo PDT com 33.809 votos, Rossano pretende melhorar a vida dos gaúchos, principalmente a dos habitantes da parte Sul do Rio Grande do Sul.

“Cobrarei de forma incessante ações que possibilitem o desenvolvimento e a geração de emprego e renda para os moradores desta metade tão empobrecida”, ressalta o ex-prefeito de São Gabriel. 

 Rossano destaca que promover a igualdade de oportunidades é fazer justiça.

“Dos últimos investimentos realizados no Estado com recursos do Fundopem, 90% foram para o Norte rico. Isso é discriminação”, critica o trabalhista. Esta é uma das razões pela qual o pedetista quer mudanças no fundo de recursos públicos para o desenvolvimento. Outro dado que indigna Rossano é o fato da parte Sul do RS ser responsável por 25% do ICMS gerado e receber de retorno apenas 8%. “É preciso fazer justiça”, frisa. 

A base da economia do Rio Grande do Sul e do Brasil é o agronegócio. Por isso, Rossano afirma que o sucesso da agricultura e da pecuária significa geração de emprego e renda na cadeia e no setor industrial. No entanto, o deputado eleito defende que o Mercosul tem empobrecido o RS. “Os acordos comerciais do bloco econômico estão privilegiando São Paulo. E são justamente os produtos gaúchos, como arroz, carne, cebola e alho, por exemplo, que servem de moeda de troca com os países vizinhos”, critica. Segundo ele, estes produtos
são importados, passando livremente pelas fronteiras gaúchas, o que faz cair o preço dos produtos produzidos no Rio Grande do Sul. “E o custo Brasil também contribui para a perda de mercado”, acrescenta Rossano.  

Produtor rural como seus antecedentes, o pedetista afirma que a crise no setor primário vem se alongando há muito tempo e ficando cada vez mais grave. “O endividamento dos produtores não deixa com que eles consigam novos financiamentos para custear novas safras”, afirma. E a incerteza no campo é outro fator preocupante na visão de Rossano. Uma das metas de deputado eleito é reavaliar a atuação do Movimento dos Sem-Terra. “O MST não está conseguindo promover a inclusão social a que se propõe e está provocando inquietude no setor

produtivo do Estado”, opina. 

“Sou um municipalista convicto”, afirma Rossano Gonçalves. Nos oito anos a frente da prefeitura de São Gabriel, o trabalhista ressalta que os municípios estão recebendo cada vez mais atribuições com cada vez menos recursos. “Hoje, o governo deve R$ 300 milhões às prefeituras”, lembra. O deputado eleito ressalta que as parcerias firmadas entre as prefeituras e os governos estadual e federal são injustas, “pois impõem obrigações sem garantia de pagamento”.  Rossano explicou que a Constituição de 1988 definiu a distribuição dos recursos nas três esferas administrativas, sem especificar que as taxas e tributos também deveriam fazer parte do rateio. “O resultado disso é que atualmente os municípios ficam apenas com 13% do todo que o cidadão paga. Os estados com 24%.

E a União concentra 63%”, explicita. Ele vai trabalhar juntamente com a bancada gaúcha federal para adequar a legislação as atuais necessidades dos entes federados. 

O apoio ao Executivo na renegociação da dívida do Estado com a União e de uma nova definição do pacto federativo são prioridades para Rossano. “Em apenas 18 anos, estados e municípios sofreram um processo de empobrecimento assustador”, lamenta. É imperativo, segundo ele, reduzir o comprometimento da receita do Estado com o pagamento da dívida, que hoje beira os 19%. Para o pedetista, qualquer diminuição de percentual possível poderia ter a diferença
convertida em investimentos bem aplicados. E critica: “Pois até mesmo a migalha disponível para investir, precisa ser melhor distribuída”.

Natural de São Gabriel do dia 20 de novembro de 1962, Rossano Gonçalves vêm de família de tradição política da cidade. “Meu avô foi prefeito. Meu pai, vice-prefeito. E meu irmão, vereador. Iniciei minha vida política como vereador em 1989, e em 1996 foi eleito prefeito, cargo que fui reconduzido em 2000. Sou um político por convicção e faço política com satisfação”, conta.

Produtor rural de profissão, Rossano não completou a faculdade de Administração. Ele é casado com Adriana, com quem tem quatro filhos: Natália (23), Rodrigo (21), Juliana (11) e Rossano Filho (8). 

A Fronteira Oeste do Estado praticamente elegeu o ex-prefeito de São
Gabriel. Rossano fez 24.501 votos na região, sendo 20.313 em sua cidade natal. O pedetista também foi bem votado nas regiões do Jacuí Centro (2.224 votos), Central (2.171 votos), Metropolitana (1.480 votos) e Campanha (1.262 votos).

Depois de São Gabriel, o município onde o trabalhista obteve mais votos foi na vizinha Alegrete (1.700). Com informações da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. (AB)