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UE não ampliará o embargo contra as carnes brasileiras

<p>Os europeus mantêm embargo à carne produzida em São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. </p><p></p><p></p><p></p><p></p>

REdação (06/10/06)- A União Européia anunciou que, por enquanto, não irá ampliar seu embargo contra a carne brasileira por causa dos indícios de febre aftosa registrados há duas semanas em São Paulo. Uma missão de veterinários veio ao país na semana anterior para avaliar a situação e, dia 02, os membros da equipe explicaram que não haveria motivo, no momento, para incrementar as barreiras. Os europeus mantêm embargo à carne produzida em São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul.

Conclusões preliminares da missão veterinária superam as expectativas dos exportadores, segundo um especialista em agronegócios que acompanha interesses brasileiros em Bruxelas. Considerando o contexto em que a missão foi enviada, com a Comissão Européia sob pressão de alguns Estados membros da UE para endurecer contra a carne brasileira, o resultado foi altamente positivo, afirmou a fonte.

Segundo Philip Tod, porta-voz de saúde e proteção dos consumidores da UE, o relatório final do FVO (Escritório Veterinário e de Alimentos) não está pronto, mas, com base nas conclusões preliminares dos inspetores, a Comissão Européia não pensa em modificar no momento as medidas atualmente em vigor envolvendo a febre aftosa. Conforme o especialista que acompanha os interesses brasileiros em Bruxelas, que prefere o anonimato, a missão constatou nas visitas em São Paulo que não havia problemas com aftosa. Em setembro, foram divulgados exames que mostraram animais com resultado reagente para aftosa no Estado, o que precipitou a vinda da missão.

Ao mesmo tempo, um relatório publicado na Austrália, outro grande exportador de carne bovina, mostrou que os pecuaristas locais amargam queda de renda de 50% em 2005-2006. O relatório do Escritório Australiano de Pesquisa Econômica e Agrícola (Abare) explica que, embora os preços sigam elevados, a renda foi afetada pela redução de 5% no número de animais vendidos. Os produtores também sofrem com o câmbio e com a concorrência dos EUA e da Índia (carne de búfalo).

Carnes bovina e de vitelo continuam a ser a principal commodity agrícola da Austrália, com valor da produção estimado em US$ 5,5 bilhões em 2005-2006. Dois terços da produção é exportada. A demanda do Japão e da Coréia do Sul pelo filé australiano foi estimulada pela proibição de importação da carne dos EUA após a descoberta de um caso de vaca louca no país em 2003.