Redação (03/10/06)- O Porto do Rio Iguaçu, localizado no bairro Porto Meira, em Foz do Iguaçu, está passando por uma reforma e implantação de equipamentos como esteiras e silos, para iniciar o recebimento de grãos vindo da Argentina.
Nessa primeira fase, onde o porto vai trabalhar apenas com a importação de produtos, o porto terá capacidade de recebimento de 150 toneladas de grãos por hora e irá gerar cerca de 50 empregos diretos e outras dezenas de vagas indiretas.
Na próxima fase, quando entrar em funcionamento o segundo berço, a empresa passa a operar também com o envio de grãos para exportação. Isso deve ocorrer dentro de 24 meses, aproximadamente, segundo cronograma de implantação do empresário Alexander Peter Schorsch, que tem a licença de exploração, concedida pelo Ministério dos Transportes. “”O interesse pela utilização do porto está acima da expectativa, mas estamos mantendo nosso projeto inicial de operação””, afirmou.
O trigo proveniente da Argentina vai ajudar a abastecer o mercado brasileiro, que atualmente é o maior importador mundial deste tipo de grão. São cerca de sete milhões de toneladas por ano, sendo que 90% desse total são fornecidos pela Argentina, grande produtora de trigo. O “”berço”” da produção argentina está localizada na região de Rosário, distante cerca de 1,3 mil quilômetros de Foz, onde fica também o maior complexo agroindustrial do mundo, atuando na transformação do trigo em farinha e outros alimentos.
“”Com a chegada do trigo aqui, trazido por grandes barcaças e com preço mais acessível, a expectativa é que moinhos e outros tipos de indústrias também optem por Foz para aproveitar essa abundância de matéria-prima. Um empreendedor argentino já garantiu espaço no novo Parque industrial, onde adquiriu terreno a preço simbólico e vai ter alguns incentivos fiscais. Mas a grande vantagem está mesmo na facilidade e baixo custo do produto que vai desembarcar aqui””, acredita Schorsch. O empresário prevê ainda a instalação de outras empresas nos arredores do porto. “”Fica ainda mais fácil porque elimina o custo e a demora do transporte dos grãos até a indústria. Poderia descarregar direto das barcaças – através das esteiras – nos moinhos””, explicou.
O Porto Iguaçu existe há cerca de 75 anos, mas está desativado há algumas décadas, após o fim do ciclo madeireiro em que o espaço foi utilizado para o transporte desse tipo de produto.