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Rio Grande do Sul: queda no preço alerta suinocultor

<p>Segundo a Associação de Criadores de Suínos do RS, enquanto o kg/vv está a R$ 1,55 o custo de produção é de R$ 1,85 kg/vv. </p><p></p>

Redação SI (26/09/06)-  Os suinocultores gaúchos ligados ao sistema integrado de produção reclamam da queda no preço pago pelo quilo vivo, verificada nas últimas quatro semanas, que está deixando o valor recebido até R$ 0,30 menor do que o custo de produção. Segundo a Associação de Criadores de Suínos do RS (Acsurs), enquanto o kg/vv está a R$ 1,55 o custo de produção é de R$ 1,85 kg/vv.

O superintendente de registro da Acsurs, Gilberto da Silva, informa que mesmo com a bonificação, que pode chegar a até 10% sobre o valor mínimo, o produtor está operando no prejuízo. “Com o bônus, o teto pago fica em R$ 1,70 kg/vv contra os R$ 1,81 observados há quatro semanas quando o custo do quilo era de R$ 1,65”, ressaltou. A indústria, porém, desconhece esse valor.

O diretor executivo do Sindicato da Indústria da Produção Suína (Sips), Rogério Kerber, observa que o preço de referência é R$ 1,55 kg/vv, mas que somado ao frete e à tipificação de carcaça pagos por produtor, o preço médio no Estado é de R$ 1,75 kg/vv. “A indústria compra suíno tipificado e os preços são individualizados”, diz.

Outra diferença destacada por Kerber está no custo de produção do quilo. Segundo o Sips, o valor apontado pelas empresas chega no máximo a R$ 1,65. A Acsurs, porém, leva em conta estudo divulgado pela Embrapa Suínos e Aves referente ao RS. Kerber, contudo, admite a retração de R$ 0,10 no valor do preço de referência. Ele explica que com a vinda da missão russa ao país, no período, houve expectativa de que os embargos fossem retirados, e com isso, houvesse alta. “Mas, como não houve mudança e foi aberto o mercado de Mato Grosso que é reconhecido pelos embarques de carne bovina e não suína, os valores retornaram aos patamares anteriores”, justificou.

Embora a expectativa dos suinocultores seja de reação daqui para frente, com a maior procura devido à aproximação das festas de fim de ano, a indústria mantém cautela. “Tudo dependerá dos outros setores de carnes, como avicultura e bovina, e ainda entramos, agora, num período de demandas sazonais com a saída do inverno”, ponderou. Em agosto, o Estado abateu 46 mil toneladas de carne suína, número que deverá ser reduzido em setembro devido ao calendário com mais feriados e menos dias úteis. Segundo a Acsurs, 85% da produção suinícola gaúcha é oriunda do sistema integrado. Ao todo, são 6 mil produtores ligados à associação.