Redação (20/09/06)- Faltando apenas 10 dias para o encerramento do prazo para que o Banco do Brasil (BB) conclua as análises dos pedidos de negociação das dívidas agrícolas protocoladas em julho pelos produtores -, a superintendência regional do BB no Mato Grosso informa que já negociou cerca de 65% do montante devido pelos produtores estaduais, que segundo o BB soma R$ 1,680 bilhão. Em 2004 o BB liberou R$ 1,2 bilhão em custeio, valor que em 2005 caiu quase pela metade e chegou a R$ 670 milhões.
Segundo o superintendente em exercício do BB, Anísio Carossini, o montante renegociado representa, em cifras, R$ 1,05 bilhão. Dentro desse valor estão, além de custeio, outras modalidades de financiamento utilizadas pelos produtores como Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), Finim, FCO estocagem, EGF sementes e Cédulas do Produto Rural (CPRs), aponta.
A liberação de recursos para a próxima safra BB ainda não está concluída, porque depende das análises dos pedidos de renegociação das dívidas vencidas. O prazo para o BB concluir as análises expira no dia 30 deste mês. Hoje, representantes das principais associações de agricultores se reúnem, a partir das 10 horas, na sede da superintendência com executivos do BB para tratar das renegociações e liberações de recursos para o custeio.
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Em 2005, apesar da liberação de custeio não ter alcançado R$ 800 milhões em função do alto índice de endividamento no segmento agrícola, neste ano a superintendência regional afirma que a liberação chegará ao montante necessário para atender à demanda. Não temos um valor X pré-definido para liberar. Os volumes estarão de acordo com a necessidade dos produtores. Teremos o que for necessário para esta safra, garante.
CRESCENDO
No Brasil foram disponibilizados esse ano R$ 41,4 bilhões para o custeio e comercialização da próxima safra, superiores em 24,7% em valores nominais aos R$ 33,2 bilhões disponibilizados na safra passada.
No caso da soja o superintendente do BB afirma que até 80% do valor da dívida está sendo renegociada, pois o produtor pagará 20% de maneira imediata. Já o algodão tem 35% de teto para renegociação.
GARANTIAS
Entre as garantias pedidas pelo banco, o produtor poderá disponibilizar bens como propriedades, gado e até máquinas agrícolas.
Com essa flexibilização das garantias o produtor tem facilidades ao acesso aos créditos.
A taxa de juros básica adotada pelo BB é de 8,75% ao ano, mas segundo Anízio, dependendo das necessidades contratadas, as taxas podem variar entre 14% e 18% ao ano.
PRAZO FINAL
Para aqueles produtores que acreditam não se encaixar no perfil das renegociações, Carossini orienta para que eles compareçam a qualquer agência do banco no Estado para que cada caso possa ser analisado especificamente. Estamos analisando todos os casos que nos procuram para que possamos oferecer crédito a uma quantidade cada vez maior de produtores. O produtor não pode perder o momento, aproveitar os cinco anos para pagar e as taxas de juros subsidiadas.
O presidente da Associação dos Produtores de Soja do Mato Grosso (Aprosoja/MT), Rui Ottoni Prado, foi contatado para falar a respeito das renegociações e liberações, mas pediu que a reportagem ligasse depois, mas o celular estava desligado e ele não foi encontrado na sede da Associação.
